A FIFA emitiu um comunicado, esta quinta-feira, assinado também pelos presidentes das seis confederações de futebol, a respeito da Superliga europeia.
O organismo que rege o futebol mundial deixa um aviso sério aos clubes e aos jogadores que queiram fazer parte da nova competição de elite da Europa: quem participar na prova, será excluído de todas as competições da FIFA, UEFA, CAF, CONMEBOL, OFC, AFC e CONCACAF, ou seja, de todas as provas continentais e mundiais.
Num comunicado assinado por Gianni Infantino, presidente da FIFA, Shaikh Salman bin Ebrahim Al Khalifa, presidente da AFC (Confederação Asiática de Futebol), Constant Omari, presidente Interino da CAF (Confederação Africana de Futebol), Vittorio Montagliani, presidente da CONCACAF (Confederação de Futebol da América do Norte, Central e Caraíbas), Alejandro Domínguez, presidente da CONMEBOL (Confederação Sul-Americana de Futebol), Lambert Maltock, presidente OFC (Confederação de Futebol da Oceania) e Aleksander Ceferin, presidente da UEFA (União das Associações Europeias de Futebol), todos os dirigentes assumem o compromisso de reconhecer o "Mundial de Clubes da FIFA, no seu atual e novo formato, como a única competição mundial de clubes".
Leia o comunicado da FIFA, assinado também pelos presidentes das seis confederações
"À luz das recentes especulações da imprensa sobre a criação de uma 'Superliga' europeia por parte de alguns clubes europeus, a FIFA e as seis confederações (AFC, CAF, CONCACAF, CONMEBOL, OFC e UEFA), gostariam de reiterar e enfatizar, mais uma vez, que tal competição não será reconhecida nem pela FIFA nem pelas suas seis confederações. Qualquer clube ou jogador envolvido em tal competição não poderá participar em nenhuma competição organizada pela FIFA ou por qualquer uma das seis confederações.
De acordo com os estatutos da FIFA e das confederações, todas as competições devem ser organizadas ou reconhecidas pelo órgão competente a nível nacional, pela FIFA a nível global e pelas seis confederações em nível continental. Nesse sentido, as confederações reconhecem o Mundial de Clubes da FIFA, no seu atual e novo formato, como a única competição mundial de clubes, enquanto a FIFA reconhece as competições de clubes organizadas pelas confederações como as únicas competições continentais de clubes.
Os princípios universais de mérito desportivo, solidariedade, promoção e despromoção, e subsidiariedade são a base da pirâmide do futebol que garante o sucesso global do futebol e são, como tal, consagrados nos estatutos da FIFA e das confederações. O futebol tem uma longa história de sucesso graças a esses princípios. A participação em competições globais e continentais deve ser sempre garantida em campo."
Ao comunicado da FIFA e das confederações juntou-se o apoio da Associação das Ligas Europeias, presidida por Lars-Christer Olsson.
"Todas as Federações de futebol e Ligas profissionais na Europa reconhecem e seguem os estatutos da FIFA e da Confederação [UEFA], e isto orienta-nos nas nossas ações para parar esta iniciativa [da criação de uma Superliga europeia]", refere o organismo.
Superliga europeia: uma ideia dos 'tubarões' da Europa
Pelo menos 11 clubes de futebol de Inglaterra, Espanha, Itália, França e Alemanha pretendem avançar com um acordo para uma Superliga Europeia, que visa ser alternativa à UEFA. Um documento confidencial datado de 22 de outubro de 2018, refere que o acordo para esta Superliga Europeia de 11 clubes, aos quais se devem juntar depois cinco convidados, seria assinado em novembro de 2018 para a competição ser oficialmente criada em 2021.
O 'Football Leaks' teve acesso a um anexo de um e-mail enviado no final de outubro de 2018 ao presidente do Real Madrid, Florentino Pérez, que se traduz num acordo vinculativo para ser assinado pelos presidentes de 11 clubes europeus para a concretização da Superliga Europeia em 2021.
Os 11 clubes fundadores são o Real Madrid, o Barcelona, o Manchester United, o Manchester City, o Chelsea, o Arsenal, o Liverpool, o PSG, a Juventus, o AC Milan e ainda o Bayern de Munique. A estes acrescem cinco convidados, o Atlético de Madrid, o Olympique de Marselha, o Inter de Milão, o Roma e o Dortmund. Não há clubes portugueses nesta ideia de Superliga.
A ideia de criar uma Superliga Europeia foi conhecida em 2016, mas nunca foi concretizada, chegando a ser afastada pela UEFA, que aceitou, para isso, aceder a algumas reivindicações de clubes europeus.
Em março de 2017, marcando presença em Portugal, o presidente da UEFA, Aleksander Ceferin, rejeitou a ideia da criação de uma Superliga europeia, indicando que “isso significaria uma guerra” com esta instituição.
Também nesse mês, a Associação Europeia de Clubes anunciou, em Atenas, ter chegado a acordo com a UEFA para a reforma das competições europeias de clubes, colocando termo ao projeto de criação de uma Superliga.
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