O treinador português José Mourinho elege os quatro jogos que lhe valeram troféus europeus como os mais emblemáticos dos 1.000 da sua carreira, que celebra no domingo, face ao Sassuolo, ao comando da Roma.

“De um modo muito simples e pragmático, os mais marcantes foram aqueles que deram títulos, as finais, as duas finais da ‘Champions’ e as duas finais da UEFA. Se tivesse de escolher, seriam estes”, afirmou à Lusa José Mourinho.

Técnico principal há mais de duas décadas, mais precisamente desde 2000/01, época em que aceitou o convite do então presidente João Vale e Azevedo para comandar o Benfica, o treinador luso não esquece os jogos que lhe valeram os principais troféus.

Mourinho referia-se às duas vitórias na Liga dos Campeões, a primeira pelo FC Porto (2003/04) e a segunda pelo Inter Milão (2009/10), e aos triunfos na Taça UEFA, também pelos portistas (2002/03), e na Liga Europa, no Manchester United (2016/17).

O primeiro troféu europeu conquistou-o na sua primeira época completa por um clube, o FC Porto, em 2002/03, depois de 11 jogos pelo Benfica em 2000/01 e de, em 2001/02, ter cumprido a primeira metade da temporada na União de Leiria e a segunda nos ‘dragões’.

Em 21 de maio de 2003, curiosamente no seu 100.º jogo como treinador principal, conquistou em Sevilha a Taça UEFA, a primeira da história ‘azul e branca’, com um triunfo por 3-2, após prolongamento, face aos escoceses do Cetic.

Dezassete dias após assegurar a vitória na I Liga, com um 5-0 ao Santa Clara que lhe deu o primeiro troféu, ao 97.º jogo, ‘Mou’ conduziu os ‘dragões’ à vitória na segunda competição da UEFA graças a um ‘bis’ de Derlei, que decidiu o jogo com um golo aos 115 minutos, e um tento de Alenitchev.

Em 2002/03, Mourinho ainda coroaria a sua primeira época completa no FC Porto com a vitória na Taça de Portugal, ao vencer a União de Leiria por 1-0, em 15 de junho, ao jogo 103.

Na época seguinte, chegou, de forma inesperada, o segundo troféu, a Liga dos Campeões, conquistada após uma final em que o FC Porto foi categórico, face ao Mónaco, que bateu em Gelsenkirchen, em 26 de maio, por claros 3-0.

Carlos Alberto, aos 39 minutos, Deco, aos 71, e Alenitchev, aos 75, selaram o triunfo dos portistas, no 158.º jogo da carreira de José Mourinho, que nessa época ainda venceu a Supertaça (1-0 à União de Leiria, ao 104.º jogo) e a I Liga lusa, no hotel.

O terceiro troféu europeu demorou a chegar, já que Mourinho só o conquistou em 2009/10, na segunda época ao serviço do Inter Milão, com um triunfo por 2-0 sobre o Bayern Munique na final da ‘Champions’, em 22 de maio de 2010. Era o seu jogo 451.

O argentino Diego Milito, com golos aos 35 e 70 minutos, foi a ‘estrela’ do encontro, disputado no Estádio Santiago Bernabéu, que seria a casa de José Mourinho nas três épocas seguintes.

A última grande vitória do técnico luso aconteceu sete anos volvidos, quando o técnico luso arrebatou a Liga Europa, pelo Manchester United, que bateu o Ajax por 2-0, em Solna, nos arredores de Estocolmo, capital da Suécia.

O francês Paul Pogba (17 minutos) e o arménio Mkhitaryan (47) selaram o triunfo dos ‘red devils’, num dia 24 de maio de 2017 em que Mourinho cumpriu o 829.º encontro da carreira.

No Chelsea, clube no qual cumpriu duas passagens e um recorde de 321 jogos, e no Real Madrid, em três épocas em que teve do outro lado o ‘super’ FC Barcelona de Guardiola, Mourinho também ganhou troféus, mas as derrotas foram mais marcantes.

“Além dos títulos, também foram marcantes as duas derrotas nas meias-finais da ‘Champions’ por penáltis e uma terceira com um golo em que a bola não entrou”, recordou à Lusa o treinador português, atualmente com 58 anos.

Em 2004/05, na primeira época no Chelsea, numa meia-final que teve pelo meio um 2-0 em Bolton que selou a vitória na Premier Legue, os ‘blues’ falharam a final por culpa de um golo ‘fantasma’ do espanhol Luis Garcia, aos quatro minutos.

Depois de um ‘nulo’ em Stamford Bridge, os ‘reds’ impuseram-se em casa por 1-0, no 214.º jogo da carreira de Mourinho, que não ‘acredita’ que a bola tenha, de facto, entrado.

Ainda ao serviço dos londrinos, o treinador português voltou, dois anos depois, às meias-finais da Liga dos Campeões e caiu uma vez mais perante o Liverpool, que se impôs nos penáltis (4-1), em Stamford Bridge, no jogo 331 de Mourinho.

Os ‘blues’ impuseram-se em casa por 1-0, mas perderam por 1-0 em Anfield Road, num jogo em que o prolongamento não trouxe novidades, adiando tudo para a ‘lotaria’, na qual o espanhol Pepe Reina foi o ‘herói’ dos locais.

Ao 564.º jogo da carreira, Mourinho seria de novo vítima dos penáltis, em 2011/12, na segunda época ao serviço do Real Madrid, numa meia-final com os alemães do Bayern Munique, que teve o desfecho no Santiago Bernabéu.

Os ‘merengues’ responderam com um 2-1 em casa, com um ‘bis’ de Cristiano Ronaldo, ao desaire por 2-1 sofrido na Alemanha, mas, após um prolongamento ‘inconclusivo’, ‘tombaram’ nos penáltis (1-3), num desempate em que o futebolista luso também falhou.

Mourinho ainda perdeu mais três meias-finais da ‘Champions’, duas pelo Real Madrid, em 2010/11 com o FC Barcelona de Messi, que ‘bisou’ no Bernabéu no jogo 504 do técnico luso, e em 2012/13 com o Borussia Dortmund, e uma pelo Chelsea, em 2013/14, face ao Atlético de Madrid, vencedor em Stamford Bridge por 3-1.