No campo de Maracanã de Bissau, na comunidade de Djogoró, a figura do futebolista português Cristiano Ronaldo, estampada num mural, serve de fonte de inspiração para cerca de 300 crianças que aí aprendem a arte do futebol.

Maracanã é um conhecido campo pelado de futebol em Bissau que serve as comunidades de Luanda, Mpantcha, Lala Quema, Rossio e Djogoró, mas o treinador Edmilson Alves Pereira, conhecido como mister Naná, acredita que “as crianças de todos os bairros” tentam a sua sorte naquele local.

Um mural, que serve de zona de descanso dos jovens jogadores em treino, tem estampadas as caras da “estrela” do futebol do Senegal, Sadio Mané, e do “rei” Pelé, mas as imagens de Ronaldo constituem fonte de inspiração das crianças.

O treinador Naná, que coordena a Academia Play4Change (jogador para mudar), explica que de segunda a sexta-feira orienta “com entusiasmo”, de manhã e à tarde, crianças dos 7 aos 19 anos de ambos os sexos.

O mural tem em letras garrafais, um “muito obrigado Cristiano Ronaldo”, frase que o mister Naná utiliza de cada vez que faz uma palestra às crianças do campo de Maracanã para lhes explicar a importância do foco e dedicação ao futebol.

“Este desenho do Cristiano Ronaldo aqui é para incentivar as crianças, porque Ronaldo é um jogador inspirador”, diz, salientando que o português é um exemplo pelo trabalho que dedicou para alcançar os seus objetivos.

As crianças que tentam a sorte de ser jogadores de futebol a partir do campo de Maracanã, são pobres como Ronaldo em criança, afirma o treinador, que aproveita aquele exemplo para lembrar que com “muito trabalho e foco é possível mudar” aquela realidade.

“Ronaldo é um jogador que nasceu pobre, como é o caso da maioria de crianças que temos aqui, e nós tentamos fazer com que se inspirem na imagem do Ronaldo para atingirem um futuro melhor”, sublinha o mister Naná.

Um outro exemplo que o treinador tenta passar às crianças é o facto de Ronaldo, “mesmo sendo rico e com a idade que tem”, continuar focado no futebol.

“Ronaldo respeita o seu trabalho”, defende o treinador das crianças do Maracanã de Djogoró, nos subúrbios de Bissau.