As palavras Deus, céu e imortalidade estão entre as mais utilizadas pela imprensa mundial para recordar hoje Diego Maradona, considerado um dos melhores futebolistas da história, que morreu na quarta-feira, aos 60 anos.
Em Itália, onde Maradona jogou pelo Nápoles, entre 1984 e 1990, a Gazzetta dello Sport escolheu as frases “Eu vi Maradona jogar”, e “Morreu o Deus do futebol” para titular uma imagem de Maradona a beijar o troféu de campeão do mundo de futebol, conquistado pela Argentina em 1986.
O jornal Il Matino, da região de Nápoles, escreve na primeira página “Ninguém defendeu o Nápoles como ele” e faz uma comparação entre o clube e a vida do antigo futebolista referindo: “Os destinos paralelos de Maradona e do Nápoles, entre o amor e a anarquia”.
“Deus morreu” é o título escolhido pelo jornal francês L’Equipe, que colocou na capa uma fotografia de Maradona com a camisola da seleção argentina e mudou a cor do seu logótipo para azul celeste.
Em Espanha, o jornal Marca numerou todas as páginas com o número 10, em alusão à camisola usada por Maradona, e colocou na primeira página uma frase do mítico futebolista: “Se eu morrer, quero renascer e tornar-me jogador de futebol. Quero voltar a ser Diego Armando Maradona. Sou um jogador que tenho dado alegrias às pessoas e isso para mim é suficiente”.
O jornal catalão Mundo Deportivo, dedica 15 páginas ao argentino, que se estreou em clubes europeus com a camisola do FC Barcelona, onde esteve duas épocas, e coloca na capa a expressão “AD10S”.
Em Inglaterra, onde Maradona se tornou controverso depois da famosa mão na bola que resultou em golo nos quartos de final do Mundial de 1986, é também recordado como um génio.
“O adeus a um génio do futebol que dominou um Mundial como ninguém” é o título escolhido pelo jornal Guardian, enquanto o The Times ‘perdoa’ Maradona, com a frase: “Esqueça a batota, se realmente ama futebol, então ama Diego Maradona” e publica a reportagem do jogo dos quartos de final do Mundial de 1986, que afastou os ingleses das ‘meias’, após uma derrota por 2-1, e no qual Maradona ‘bisou’ e Gary Lineker marcou para os europeus.
Na Argentina, o jornal Clarin, o primeiro a avançar com a notícia da morte de ‘el Pibe’ escreve “Morreu Maradona e o mundo chora”, lembrando que o antigo futebolista estava a recuperar de uma operação à cabeça.
Os três jornais desportivos portugueses dedicam a capa a Maradona, com A Bola a escolher para título a frase “A última finta”, enquanto o Record titula que “D10S não morre”, juntando a palavra Deus com o 10 da camisola de Maradona, e O Jogo titula “O céu a seu dono”.
Entre os generalistas, Maradona tem espaço em todas as primeiras páginas, com o Público a escrever “Morreu um Deus imperfeito” e o Jornal de Notícias a titular “Na mão de Deus”.
Maradona, considerado um dos melhores futebolistas da história, morreu na quarta-feira, aos 60 anos, anunciou o agente e amigo Matías Morla.
Segundo a imprensa argentina, Maradona, que treinava os argentinos do Gimnasia de La Plata, sofreu uma paragem cardíaca na sua vivenda em Tigre, na província de Buenos Aires.
A sua carreira de futebolista, de 1976 a 1997, ficou marcada pela conquista, pela Argentina, do Mundial de 1986, no México, e os dois títulos italianos e a Taça UEFA vencidos ao serviço dos italianos do Nápoles.
O Presidente argentino, Alberto Fernández, decretou três dias de luto nacional pela morte de Maradona, cujas cerimónias fúnebres vão decorrer até sábado, na Casa Rosada, a sede do governo do país.
*artigos atualizado às 12h05
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