Eric Bautheac viveu dias publicados durante dez anos, depois de ter sido vítima de roubo de identidade. O atual médio do Omonia Nicosia, do Chipre, viu o seu nome ser usado por um jihadista argelino que esteve na Síria em 2013.

Bautheac contou a sua história ao jornal 'Le Bien Public', onde revelou os diferentes problemas que teve de enfrentar por causa desta situação. O jogador só se apercebeu quando foi mandado parar no Aeroporto de Nice. O facto de ser alguém conhecido na cidade francesa livrou-lhe de sarilhos maiores.

"No Aeroporto disseram-me: 'Eric, sabes que devíamos levar-te ao nosso chefe e não deixar-te entrar em território francês'?, recordou.

"Foi uma situação um pouco complicada, tive de fazer um novo passaporte e tenho de ter comigo sempre a denúncia de usurpação de identidade. Até que [ suposto terrorista] seja preso, não terei outra solução. Sempre que tenho de viajar, é problema", lamenta o jogador.

As autoridades policiais advertiram o jogador que alguém estava a usar a sua identidade há vários anos, desde a época em que esteve no Dijon (2010-2012). O jornal 'L' Equipe' escreve que, após uma extensa investigação, foi possível chegar a pessoa que usava a identidade de Eric Bautheac: trata-se de Mohamed N., nascido na Argélia em março de 1987 e que esteve na Síria há uns anos. Mohamed N. é suspeito de terrorismo e esteve na lista de franceses que viajaram até a Síria para unirem-se ao Estado Islâmico, em guerra contra o presidente Bashar al-Assad.

Durante anos, a foto de Eric Bautheac esteve associado ao do jihadista Mohamed N..