O treinador de futebol Rui Almeida, que iniciou a presente época no Gil Vicente, da I Liga portuguesa, quer prosseguir a carreira num projeto onde possa "maximizar jovens talentos", sem preferência por Portugal ou pelo estrangeiro.
"Estou aberto a um projeto com as minhas características, que requeira um treinador ambicioso, rigoroso, com experiência nacional e internacional, capaz de maximizar jovens talentos. Foi isso que me trouxe a Portugal. Estou aberto a ficar no país, como a sair", afirmou, em entrevista à Lusa.
Depois de trabalhar, sobretudo, como treinador dos escalões de formação e como treinador adjunto entre 1995 e 2015, Rui Almeida consolidou-se como técnico principal em França, ao serviço do Red Star, da II Liga francesa, na época 2015/16, do Bastia, primodivisionário em 2016/17, do ‘secundário' Troyes, em 2018/19, e do Caen, também na II Liga, em 2019/20.
"Para alguém treinar quatro clubes em França, tem de reconhecidamente ter algo. As pessoas reconheceram que as minhas equipas tinham personalidade, flexibilidade e capacidade de adaptação", frisa.
Nesse percurso, o treinador considera ter potenciado atletas como Allan Saint-Maximin, avançado francês de 23 anos que orientou no Bastia e está hoje no Newcastle, da I Liga inglesa, Bryan Mbeumo, extremo francês de 21 que encontrou no Troyes e rumou ao Brentford, da II Liga inglesa, e Martins Pereira, médio luxemburguês de 23 que se mudou do Troyes para os suíços do Young Boys.
"Deu-me prazer ajudar jovens talentos a crescerem, mas em nenhum momento o treinador é o único a influenciar o percurso do jogador", realça.
Rui Almeida considera ainda que deixou trabalho feito nesse sentido nos três meses que esteve em Barcelos, até uma série de quatro derrotas seguidas ditar a saída, em novembro, e destaca um dos futebolistas do plantel gilista: Samuel Lino, avançado de 21 anos, que, até agora, marcou cinco golos em 16 jogos oficiais.
"Deu-me um gozo enorme ajudar o Samuel Lino a crescer. Impôs-se pela qualidade dele e certamente vai ter uma grande carreira", vaticina.
Quando olha para a carreira, Rui Almeida atribui o seu "crescimento" ao conhecimento que obteve junto dos treinadores principais com quem colaborou, nomeadamente Jesualdo Ferreira, atual treinador do Boavista.
Após trabalhar com o "professor Jesualdo" nos gregos do Panathinaikos e no Sporting, na época 2012/13, no Sporting de Braga, em 2013/14, e no Zamalek, que se sagrou campeão egípcio em 2014/15, Rui Almeida considera que as experiências em "quatro clubes grandes", cuja "probabilidade de ganhar cada jogo é alta", ajudaram-no a ser um treinador que incentiva as equipas a terem bola e a criarem oportunidades.
"Às vezes, há o ‘chavão' de que jogamos para ganhar, mas as minhas equipas têm entrado mesmo para ganhar, porque a quantidade de oportunidades criadas em cada jogo tem mostrado isso. O trabalho em clubes grandes marcou-me como treinador. Independentemente de trabalharmos num clube maior ou mais pequeno, podemos ter uma equipa grande", observa.
Comentários