Rui Gomes da Silva não se coibiu de criticar a aprovação do regresso do sorteio dos árbitros à Liga, numa alteração ao sistema de nomeações que ainda terá de ser ratificada pela Federação Portuguesa de Futebol.
Em declarações prestadas à margem da iniciativa "Dá a Cara", da Associação de Futebol de Lisboa, em defesa do futebol amador, o vice-presidente do Benfica reiterou a posição contrária do clube neste tema e lembrou mesmo o passado para vincar a "coerência".
"As pessoas sentem-se acossadas com o sistema de nomeação. Durante muito tempo, esse sistema serviu. Até nos tempos do caso Apito Dourado. Todos nós ouvimos as escutas e nunca esse sistema foi posto em causa, mesmo depois de todos termos ficado escandalizados com o conteúdo das escutas. O Benfica foi ganhando, no campo ganham os melhores. E as pessoas que ganhavam com base no sistema que lhes servia, o do Apito Dourado, têm de fazer alguma coisa para justificar derrotas", afirmou.
Paralelamente, o dirigente encarnado sublinhou a "originalidade" que esta medida confere a Portugal no panorama europeu. "O futebol português não pode ser diferente do futebol europeu. Tem que alinhar no que vem sendo a tradição do futebol europeu. A Federação tem um protocolo com a UEFA sobre a nomeação dos árbitros. Não sei qual será agora a posição da UEFA se essa medida for para a frente", referiu, acrescentando: "Pelo menos vão ser originais. Vai haver um país nas principais ligas europeias onde os melhores árbitros não são designados para os melhores jogos por nomeação, mas sim por sorteio."
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