Os sócios do Belenenses decidem no sábado o futuro do clube, numas eleições com três candidatos de visões distintas, que contrastam na continuidade do caminho de regresso aos escalões profissionais de futebol ou na recompra da SAD.
O advogado e atual presidente Patrick Morais de Carvalho lidera a lista A, sob o lema ‘Belenenses com Futuro’, mantendo Pedro Pestana Bastos e João Morão como presidentes da Mesa da Assembleia-Geral (MAG) e do Conselho Fiscal e Disciplinar (CFD), respetivamente.
Na lista B, apresenta-se ao sufrágio o economista Carlos Canhoto Fernandes, que, perante o lema ‘Erguer os Belenenses’, tem Fernando Veiga Gomes como presidente da MAG e Jorge Gomes Pedro a liderar o CFD.
O gestor Luís Figueiredo candidata-se à direção do clube, João Tarrana à MAG e Luís Filipe Pinto ao CFD, pela lista C, tendo como lema ‘Respeitar a História’.
As três listas apresentaram programas que se centram em temas semelhantes, mas com objetivos diferentes, sobretudo nas questões ligadas ao futebol, à requalificação do Complexo do Restelo, aos sócios e às modalidades.
Após o litígio com a SAD, que mudou a equipa profissional para o Estádio Nacional, em Oeiras, quando o protocolo de utilização do Restelo terminou, no início da temporada 2018/19, o clube inscreveu uma equipa de futebol sénior na última divisão distrital de Lisboa, com o objetivo de percorrer todos os escalões até retornar aos campeonatos profissionais.
Contudo, a candidatura de Luís Figueiredo pretende apresentar uma proposta de intenção de compra da Belenenses SAD, uma vez que “não é legalmente viável ter futebol profissional sem uma SAD e há sérias dúvidas de que seja possível fazer outra SAD enquanto a atual tiver existência legal”, contrariando as ideias da lista de Patrick Morais de Carvalho.
Já Carlos Canhoto Fernandes recorda que, em 2012, foi “dos poucos a votar contra a abertura do capital social da SAD”, e deixa críticas à atual direção pela “ausência de um verdadeiro projeto desportivo”, propondo-se a “tornar o Belenenses novamente num clube desportivo de referência a nível nacional e aquele com maior implantação de prática desportiva” em Lisboa.
A requalificação do Complexo do Restelo é uma das principais críticas apontadas pelos opositores à direção de Patrick Morais de Carvalho, sobretudo pela lista C, que considera ter sido “completamente negligenciado”, apresentando um projeto que permita avançar com “as obras contempladas no PIP [Pedido Prévio de Intervenção]”, aprovado em 2016.
Carlos Canhoto Fernandes defende a criação de “um grupo de trabalho totalmente dedicado à requalificação do Complexo”, ao passo que Patrick Morais de Carvalho entende que o processo “deverá ser concretizado de forma progressiva, parcela a parcela, de forma autónoma”.
As três listas querem aumentar o número de sócios do Belenenses, sendo “prioridade diária e permanente” de Patrick Morais de Carvalho, enquanto Carlos Canhoto Fernandes propõe a criação de “campanhas de angariação e recuperação” e Luís Figueiredo justifica a redução do número de associados por “não se reverem nos últimos anos da gestão do clube e desesperarem por não terem futebol profissional no Restelo”.
No que concerne às modalidades do clube, é prioridade das candidaturas promover a competitividade das mesmas, com os opositores à atual direção a defenderem novos modelos de gestão.
O sufrágio decorre entre as 10:00 e as 19:00 horas de sábado, no Polidesportivo Dr. Ramos Lopes, ao ar livre, junto ao pavilhão Acácio Rosa, devido à situação atual da pandemia de covid-19, no qual os sócios do clube da Cruz de Cristo poderão escolher quem pretendem ver a comandar o clube no triénio 2020-2023.
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