O antigo futebolista brasileiro, Mário Jardel, voltou a ser notícia no Brasil pelas piores razões. Eleito Deputado Estadual no Rio Grande do Sul a 6 de outubro de 2014, Mário Jardel está 'incontactável' desde a passada quarta-feira depois de ter demitido todos os funcionários do seu gabinete e de solicitar uma licença médica até 10 de abril.

Segundo escreve esta segunda-feira o portal UOL Esporte, Mário Jardel dispensou 17 dos 21 funcionários do seu gabinete, sendo que os restantes quatro mudaram de funções, e está agora de licença médica até à próxima semana, o que deixou todo o 'staff' surpreendido e sem respostas ao comportamento do Deputado Estadual no Rio Grande do Sul.

Já o chefe de gabinete de Mário Jardel garantiu, em declarações à Rádio Guaíba, que as demissões foram movidas por razões diversas.

"Pessoas estão sendo julgadas em trâmite federal por corrupção, estelionato, extorsão e lavagem de dinheiro. Esse foi o motivo das demissões. Foi feito uma limpeza, o deputado está mudando. Independente de errar ou acertar, ele veio para acertar", afirmou Cristian Lima à Rádio Guaíba.

Apesar das palavras do seu chefe de gabinete, Mário Jardel viu um dos grandes responsáveis pela sua eleição afastar-se e cortar todas as "ligações políticas e pessoais". Numa nota oficial, Danrlei, antigo companheiro de Jardel no Grémio, e um dos membros mais ativos na campanha eleitoral do antigo futebolista pelo PSD, acusou o ex-jogador de falhar 'em princípios éticos como lealdade, confiança e consideração', e que espera que Mário Jardel 'pelo menos mantenha o compromisso político de honrar o mandato que o PSD ajudou-o a conquistar'.

Confira a nota emitida por Danrlei sobre o desaparecimento de Jardel

'A arte ou ofício de exercer a boa política carrega consigo responsabilidade, solidariedade, lealdade e compromissos maiores de todos os representantes parlamentares com seus eleitores e com a sociedade como um todo que tem o dever de representar. Por mais de 20 anos, fui colega de clube, parceiro e amigo do hoje Dep. Mario Jardel de Almeida Ribeiro, tendo, inclusive, buscado estimular sua candidatura nas últimas eleições, até como forma de superação de estágios pessoais que em outras circunstâncias sei que seriam difíceis de transpor.


Empenhei-me pessoalmente em sua eleição, dedicando esforço pessoal, carinho, amizade e até compromisso político com seu voto. A eleição de Mario Jardel à Assembleia Legislativa contou com um verdadeiro "time político" tanto meu quanto do PSD que já vinham envolvidos com minha candidatura e meu desempenho junto à Câmara dos Deputados. A sua eleição representou não apenas uma vitória deste grupo, mas também o êxito de uma missão partidária ao qual não apenas Jardel, como também este "time Pessedista" e os meus eleitores puderam se identificar ao longo desta caminhada.


Lamento, contudo, que mesmo sendo um período curto em que exerce seu mandato na Assembleia Legislativa, eu me obrigue, por dever de lealdade e compromisso político com os milhares de gaúchos que elegeram não apenas Jardel mas também a mim, a romper publicamente com este a quem confiei minhas mais profundas e sinceras expectativas.


Alguém que logo no início de uma longa jornada, a de um mandato parlamentar, falha em princípios éticos como lealdade, confiança e consideração. Não quero relacionar-me publicamente com quem conduz seu mandato e sua vida da maneira como meu ex-colega demonstrou que vai conduzir.


A partir de agora, declaro meu rompimento político e pessoal com Mario Jardel, justamente por ele descumprir tais normas elementares sobre a qual tínhamos consenso e acordo que haveríamos de cumprir. Espero que pelo menos mantenha o compromisso político de honrar o mandato que o PSD ajudou-o a conquistar.'