O dirigente desportivo Ednaldo Rodrigues foi hoje eleito presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), após a crise provocada pelos escândalos protagonizados pelos seus antecessores, o último dos quais Rogério Caboclo, destituído por assédio sexual e moral.

Rodrigues, que desempenhou funções como presidente interino da CBF no lugar de Caboclo e foi presidente da Federação Baiana, obteve 137 dos 141 votos possíveis no ato eleitoral realizado hoje no Rio de Janeiro.

O seu mandato é de quatro anos, até 2026, o que significa que o mesmo irá abranger o Mundial2022, no Qatar, e estender-se-á até dois meses antes do Mundial2026, que será disputado nos Estados Unidos, no México e no Canadá.

Ednaldo Rodrigues tem 68 anos e sucederá a Caboclo, de quem foi vice-presidente, que foi demitido pela CBF por acusações de assédio moral e sexual feitas sobre duas funcionárias do organismo.

De resto, os três antecessores de Caboclo no cargo, Ricardo Teixeira, José María Marín e Marco Polo Del Nero, têm em comum o facto de terem estado envolvidos em escândalos de corrupção e terem sido punidos pela FIFA com o afastamento definitivo de cargos no futebol.

O novo presidente foi o único candidato à presidência e recebeu o apoio de 26 das 27 confederações regionais de futebol do Brasil, dos 20 clubes da primeira divisão e 19 dos 20 da segunda divisão.

Rodrigues revelou ter sofrido de preconceito durante o processo eleitoral por ser negro, sendo o primeiro a assumir a presidência da CBF, e por vir de um estado do Nordeste, a região mais pobre do Brasil.

“Os clubes e federações disseram não ao preconceito. Quero a CBF esteja ao serviço dos seus filiados, os clubes de futebol brasileiros, e que nenhuma interferência externa possa afetar seu desempenho. Que os clubes tenham voz e não apenas voto”, disse num breve discurso após ser proclamado presidente.