Marcelo Nascimento Leandro, de 31 anos, nasceu em Sete Lagoas, no Brasil, e herdou do pai, que também foi jogador profissional, a paixão pelo futebol. Está sem clube desde agosto de 2019, quando rescindiu com o Corinthians e tomou uma decisão: iniciar a transição de género.

É que Marcelo nasceu Marcela, mais conhecida como Marcelinha, e foi tricampeã mundial feminina de futsal pelo Brasil, antes de abraçar o futebol de 11. Aí representou, entre outros, Santos e Corinthians. Agora, revelou que não aguentava mais viver no corpo de uma mulher, com o qual não se identificava.

"Quando me olho ao espelho não é uma jogadora de sucesso que vejo, é o Marcelo que eu vejo", afirmou.

Em criança viveu momentos muito complicados. O pai viu a sua carreira de futebolista cair em desgraça depois de se perder no álcool e Marcela chegou a ser vítima de abusos sexuais. Encontrou no futsal o escape para fugir dos problemas em que vivia.

Mas um problema nunca conseguiu resolver, até agora. "Eu queria ser menino e, para mim, eu era menino! Por que é que todos me diziam o contrário? O que seria de mim se gritasse para o mundo que não sou o que vêem?", explicou.

Agora, enfim, ganhou coragem. Rescindiu com o Corinthians e retornou à cidade natal para iniciar a transição: os passos são tratamento hormonal e a retificação de nome e género no cartório.

O futebol continua a ser um sonho. Deseja voltar aos relvados para competir em equipas masculinas. "O meu nome é Marcelo e a minha vida só agora está a começar", afirma.