A direção do Mindelense “mantém rigorosamente” a posição de não estar presente em qualquer jogo no quadro da “suposta prorrogação” da época desportiva, em resposta à calendarização, pela FCF, da 1ª mão das meias-finais, este domingo.

Segundo o presidente da direção do Mindelense, Daniel de Jesus, o clube, no entanto, mantém-se aberto e reitera a sua disponibilidade para discutir e colaborar em qualquer outra solução que se mostrar razoável e que não passe pela prorrogação da presente época desportiva.

Ou seja, tudo o que o Mindelense divulgou no comunicado do passado dia 01 mantém-se, aponta a mesma fonte, reiterando que a equipa de futebol encontra-se “há muito desmobilizada”, devido a dificuldades financeiras ligadas à inexistência de verbas disponíveis para suportar os encargos com a equipa de futebol depois de 31 de Julho.

“Há futebolistas que regressaram às sua ilhas de origem, que começaram a trabalhar, que iniciaram estágios curriculares e profissionais, que finalmente efetivaram as suas férias escolares, que viajaram para o exterior, entre outros, o que dificulta ainda mais uma nova chamada da equipa”, pontuou a mesma fonte.

Ademais, reiterou, a equipa de futebol está parada, sem competir, há cerca de um mês, o que tem implicações seja a nível físico, seja a nível motivacional e emocional.

“Por esse somatório de razões, o clube não poderá estar presente em mais qualquer jogo que venha a ser calendarizado para a suposta prorrogação da época desportiva”, concluiu o presidente do Mindelense.

Em comunicado datado de 09 de Agosto, a Federação Cabo-verdiana de Futebol (FCF) anunciou ter marcado para o próximo domingo, no Estádio Orlando Rodrigues, no Tarrafal de São Nicolau, às 16:00, a repetição do jogo das meias-finais do campeonato nacional entre Ultramarina e Mindelense.

O jogo da primeira-mão, que deveria realizar-se no mês de junho não se realizou após dois adiamentos e uma peripécia que envolveu o “desaparecimento” das chaves para abrir os portões do Estádio Orlando Rodrigues.

Com processos, recursos e decisões pelo meio, a FCF, mesmo sem se realizar o jogo da primeira mão em São Nicolau, marcou o da segunda mão em São Vicente, em que a Ultramarina venceu o Mindelense por 2-0.

Na semana passada, a federação anulou o jogo realizado e mandou repetir os dois jogos das meias-finais, prorrogando assim a época desportiva, que deveria terminar no dia 31 de Julho.

Chegados a este ponto, a Ultramarina já veio dizer, através do seu presidente Simoni Soares, que “não abre mão” da vitória do jogo da 2ª mão, ou seja, disponibiliza-se para jogar apenas um jogo, ao passo que o Mindelense, que se considera o “maior prejudicado” neste caso, já disse que não joga mais esta época.

Entretanto, gerada a polémica, agora são as associações regionais que solicitam uma assembleia geral extraordinária para analisar a situação da modalidade no país e pedir a demissão do presidente da FCF, Vítor Osório.

O documento, rubricado por responsáveis de nove das 11 associações do país –  as exceções são a Região Desportiva Norte de Santo Antão e a Região Desportiva do Sal –  deu entrada na mesa da assembleia geral da FCF na terça-feira, 08, segundo o presidente da Associação Regional de Futebol de Santiago Sul (ARFSS), Mário Avelino.