O Desportivo das Aves 1930, que compete na Divisão de Honra da Associação de Futebol do Porto, revelou hoje a existência de conversações com o Vilafranquense para que o emblema da II Liga utilize o seu estádio.
“A direção tem recentemente conversado com os representantes da Vilafranquense SAD, que, como é público, procura um novo local para continuar a desenvolver a sua atividade desportiva”, assumem os avenses, em comunicado publicado através das redes sociais.
O clube presidido por Pedro Pereira, que comanda a Série 4 de manutenção no segundo escalão do futebol distrital portuense, admite que “tem encetado esforços para encontrar soluções” face ao impedimento de inscrições de novos atletas em vigor há duas épocas.
“Certos de que, nenhuma solução será implementada sem a validação dos associados, informamos que, com a maior brevidade possível, toda a informação será disponibilizada. Os associados do Aves são soberanos sobre os destinos do clube e a sua vontade será sempre expressa em assembleia geral, como os estatutos o obrigam”, agrega a direção.
O Vilafranquense, quinto colocado da II Liga, com 38 pontos, a oito da zona de promoção direta à I Liga, tem jogado na condição de visitado no Estádio Municipal de Rio Maior, situado a 50 quilómetros de Vila Franca de Xira, desde a subida ao segundo escalão, em 2018/19.
Devido à falta de condições para as partidas das competições profissionais do Campo do Cevadeiro, que chegou a ser utilizado na Taça de Portugal, a autarquia ribatejana já tinha aprovado o projeto de construção de um novo recinto, mas o processo continua parado.
A SAD do Desportivo das Aves desistiu de competir no Campeonato de Portugal, então terceiro escalão do futebol nacional, em setembro de 2020, sendo declarada insolvente cinco meses mais tarde pelo Tribunal da Comarca de Santo Tirso, a pedido do Oriental.
Com um conjunto provisório de 17,1 milhões de euros (ME) de dívidas repartidas por 110 credores, a sociedade então liderada pelo chinês Wei Zhao foi acumulando salários em atraso e assistiu a várias rescisões unilaterais de atletas, equipa técnica e funcionários.
Despromovido pela via desportiva à II Liga em 2019/20, o Desportivo das Aves reprovou no processo de licenciamento para as competições profissionais da época seguinte e prescindiu de recorrer para o Conselho de Justiça da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) sobre essa decisão tomada pela Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP).
As dívidas de quase 37.500 euros a três clubes estrangeiros levaram a FIFA a impedir a inscrição de novos atletas pela SAD e pelo clube fundador, que veio a refundar em outubro de 2020 as secções de futsal e de futebol sob a designação de Desportivo das Aves 1930.
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