O Boavista corre o risco de não poder disputar o próximo Campeonato Nacional da II de futebol devido a impedimentos colocados por 23 jogadores, seis treinadores e um clube, no valor de dois milhões de euros.
Em conferência de imprensa, o presidente boavisteiro, Álvaro Braga Júnior, explicou que apresentou aos advogados dos 30 credores «uma proposta séria» com base na «esperança legítima de vir a receber uma indemnização» pela despromoção administrativa de que o clube foi alvo em 2008.
Os impedimentos são ações colocadas, nomeadamente, por antigos atletas e técnicos, que reclamam dívidas antigas e cujas identidades não foram reveladas.
«Quero que esta conferência de imprensa não seja um ajuste de contas, mas apenas um alerta, mas é óbvio que não ultrapassarmos essa situação todos nós assumiremos as nossas responsabilidades», afirmou Braga Júnior.
O Boavista já recebeu respostas à sua proposta, que foi apresentada durante numa reunião realizada há um mês no Sindicados dos Jogadores Profissionais de Futebol (SJFP), em Lisboa.
Uns responderam que tirarão os seus impedimentos se outros tirarem os seus, outros disseram que «não tiram de maneira nenhuma e outros não responderam», resumiu Álvaro Braga Júnior.
«Alguns jogadores que puseram impedimentos já manifestaram que em cima do limite vai aparecer dinheiro, porque apareceu nos outros anos», mas Braga Júnior, que apelou ao bom senso, advertiu que «não vai».
O dirigente agradeceu a Mário Silva, que «nunca colocou nenhum impedimento e tem um acordo» com o Boavista, sendo hoje o seu treinador principal, e a Martelinho, que não renovou o impedimento anterior e «é o treinador dos juniores axadrezados».
O agradecimento envolveu ainda Fary (que faz parte do atual plantel), Mário Loja e Vítor Borges (que entretanto foi para o Cinfães), porque “esqueceram” os seus impedimentos.
«Estamos completamentos disponíveis para estudar qualquer contraproposta», disse ainda Braga Júnior, mas garantiu:
«Não cedemos à chantagem, por aí escusam de ir.»
O presidente “axadrezado” reiterou que «não há dinheiro», tendo referido que «o Boavista não tem capacidade de gerar 700 mil euros, que foi quanto foi pago em três anos de impedimentos».
«No último Campeonato Nacional da II Divisão, a melhor receita que tivemos foi no jogo com o Gondomar: cinco mil euros», explicou Braga Júnior.
O dirigente leu ainda excertos de uma carta assinada pelos quatro “capitães” do Boavista (Paulo Campos, Fary, Hélio, e Emerson) e dirigida ao presidente do SJPF, realçando que, por causa dos impedimentos, os “30 jogadores” boavisteiros «poderão ficar no desemprego face à eventual não inscrição da equipa» no Nacional da II Divisão.
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