“O Boavista congratula-se com esta decisão, que vem provar que, mais uma vez, a justiça comum está a pôr em causa a justiça desportiva”, disse à Agência Lusa a administradora da SAD boavisteira Adelina Trindade Guedes.

O Boavista também sofreu na pele com a utilização das escutas telefónicas, pois foi baseado nelas que a Comissão Disciplinar da Liga Portuguesa de Futebol Profissional condenou o clube a descer da Liga para a Liga de Honra, uma decisão depois confirmada pelo Conselho de Justiça (CJ) da Federação Portuguesa de Futebol.

Os axadrezados foram punidos por coacção aos árbitros de jogos com Benfica, Belenenses e Académica, todos na temporada 2003/04.

O Boavista contestou logo as duas sentenças alegando que as escutas telefónicas não podiam ser utilizadas como meio de prova em processos disciplinares, como eram os seus e os do presidente do Leiria, João Bartolomeu.

De nada valeram os argumentos utilizados pelo Boavista, que, porém, não baixou os braços e, tal como Bartolomeu, recorreu à justiça comum para contestar a decisão tomada pelo CJ numa reunião polémica efectuada em 5 de Julho de 2008.

Os axadrezados recorrerem então para o Supremo Tribunal Administrativo (STA), já lá vai mais de um ano, pedindo “que seja anulada a reunião do Conselho de Justiça” e, assim, tomada uma nova deliberação.

“Estamos ainda à espera”, explica Adelina Trindade Guedes, convicta de que será dada razão ao Boavista, à luz do mais recente desenvolvimento deste processo, conhecido por Apito Final.

O Boavista pretende pedir “uma indemnização” à Federação Portuguesa de Futebol, se de facto o seu recurso para o STA obtiver vencimento.