Francisco Chaló, treinador do Sporting da Covilhã, completa no domingo, frente ao Desportivo de Chaves, na 25.ª jornada da II Liga de futebol, 150 jogos na liderança dos "leões da serra".
Para o técnico serrano é "um orgulho" representar o mesmo clube continuamente, durante tantos jogos, num campeonato profissional, e considera que a marca simboliza o reconhecimento do seu trabalho.
"É fruto do reconhecimento do meu trabalho e do meu gosto em estar aqui. Eu defendo muito a estabilidade do que é um projeto desportivo. Nesse capítulo, é importante. Gosto de me sentir estável para desenvolver o meu trabalho", disse hoje Francisco Chaló, em declarações à agência Lusa.
Esta é a quarta época do treinador, de 51 anos e natural de Ermesinde, nos serranos, clube pelo qual, nos 11 anos da presidência de José Mendes, passaram 14 treinadores, sendo que João Salcedas e Fanã estiveram duas vezes no cargo. Os adjuntos Luciano e Joanito também chegaram a orientar a equipa.
Francisco Chaló entende que o papel do treinador é facilitado quando é visto pelos jogadores como uma peça sólida, no sentido de não tentarem "sacudir a água do capote".
Já a relação com o presidente afirma ser sustentada pelo "respeito mútuo".
"A relação que se tem, de respeito humano e institucional, ajuda muito e, acima de tudo, acreditarmos um no outro facilita esta simbiose de ideias. Eu fico grato ao presidente, sobretudo nesta fase difícil, pela confiança que deposita em mim. É nesta altura que reconheço que é um grande presidente", acentua Francisco Chaló, que está há cinco jogos sem vencer e quer inverter esse ciclo.
O treinador considera que para essa confiança é importante as pessoas saberem aquilo de que foi capaz anteriormente e a planificação.
"Eu, nesta altura, o que tenho de vantagem é ser uma pessoa extraordinariamente aberta. Explico e antecipo as coisas. As pessoas sabem que há uma programação de tudo. Há um trabalho. A partir da altura em que o nosso trabalho se desenvolveu em conjunto, há o conhecimento", realça o treinador, que diz comandar uma equipa com o "espírito reforçado".
Francisco Chaló, que na temporada transata disputou até à última jornada a subida à I Liga, lembra que teria sido fácil sair no ano passado, mas salienta ter ficado porque achava que "ainda tinha muita coisa para fazer".
"Enquanto eu me sentir com uma ideia de projeto e de ambição, independentemente de uma época ou outra não ser como as pessoas pretendem, eu irei continuar a ter a ideia de que posso fazer alguma coisa", vinca, acrescentando que o Covilhã merece ter "um projeto ambicioso a nível desportivo".
O técnico esteve no banco dos 'leões da serra' em 125 jogos no campeonato, 18 na Taça da Liga e seis na Taça de Portugal. Contabiliza 54 vitórias, 42 empates e 53 derrotas.
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