João Loureiro, antigo presidente do Boavista, apresentou hoje, no Estádio do Bessa, no Porto, a candidatura à presidência dos "axadrezados" e disse que «será feita justiça» ao clube, que em 2008 foi despromovido à segunda divisão.

Loureiro vai ser o único candidato, visto que o prazo para apresentar candidaturas terminou às 17:00 de hoje. Cabe agora ao Conselho Geral do clube, presidido por Tavares Rijo, reunir e dar o seu parecer, que é vinculativo, sobre o candidato e a sua lista.

Só depois disso é que será marcado o ato eleitoral, disse o ainda presidente da Assembleia-Geral do Boavista, Luís Teixeira de Melo.

João Loureiro frisou que se encontrou na terça-feira com associados, que lhe entregaram uma petição «com centenas de assinaturas» apelando à sua candidatura, que, afirmou depois, não estava nos seus planos.

O antigo líder dos "axadrezados" disse que decidiu avançar «após sentir união» à sua volta e revelou depois que aproveitou os últimos dias para «tentar falar com todas as sensibilidades que existem no clube» e explicar-lhes que é sua intenção «gerir o Boavista da forma mais abrangente possível, esquecendo eventuais pequenas quezílias do passado».

«Não tenho nenhuma varinha mágica que me vá permitir resolver os difíceis problemas que o Boavista tem neste momento», salientou.

João Loureiro disse que se aproximam «momentos difíceis» e considerou que, pelo menos durante uns meses, o Boavista vai ser um pouco do que tem sido: «sangue suor e lágrimas».

«Temos um desafio muito grande pela frente, que resulta de uma situação direta, que é o programa Revitalizar», a que o Boavista aderiu em novembro devido à difícil situação económica e financeira e incapacidade para cumprir as suas obrigações e responsabilidades.

Ao abrigo desse programa, o Boavista vai procurar negociar com os quase 50 credores, aos quais deve, ao todo, 48,3 milhões de euros.

João Loureiro afirmou ser preciso «ultrapassar com sucesso esse obstáculo».

«Só porque sinto que podia estar em causa a própria sobrevivência do Boavista é que decidi dar este passo», reforçou.

Para João Loureiro, está na hora de voltar a «fazer do Bessa aquela fortaleza que em tempos foi», o que vai implicar «estar unidos uns com os outros», para merecer o respeito e a credibilidade geral.

«Porque acho que devo concentrar forças na gestão dos dossiers mais complicados que o Boavista tem pela frente, não é minha intenção vir a ser presidente da SAD, que terá uma estrutura própria que irá gerir o futebol», declarou ainda.

No plano desportivo, pediu realismo, uma vez que o objetivo de vencer o nacional de futebol da II divisão norte desta época é «manifestamente difícil», pediu apoio para a equipa e admitiu um «pequeno arranjo, qualquer coisa que possa ajudar a melhorar» o plantel, agora orientado por Petit.

João Loureiro referiu depois que, a prazo, o clube pode dar «uma boa alegria», porque «o Boavista acaba de vencer mais uma grande batalha».

O candidato referia-se ao facto de o Tribunal Central Administrativo do Sul (TCAS) ter rejeitado o recurso da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) da decisão, em primeira instância, da anulação da despromoção, em 2008, do Boavista à segunda liga.

«No final desse processo, será feita justiça ao nosso Boavista», completou, observando que tal «demorará o seu tempo».