O Desportivo de Chaves continua sem encontrar uma comissão administrativa para liderar o clube e os futebolistas estão com três meses de salários em atraso, pelo que abriram uma conta bancária para angariar fundos.

«Estamos em dificuldades. Temos os salários e os seguros dos jogadores em atraso e, além disso, o clube tem despesas diárias que, neste momento, não consegue suportar», referiu Mário Carneiro, presidente demissionário, durante uma Assembleia-Geral (AG).

O prazo para a apresentação de listas terminou na semana passada sem interessados em presidir ao clube e o presidente da Assembleia-Geral, Pinto Barros, foi claro: «Continuamos sem resolução à vista».

No decorrer da AG, duas pessoas mostraram-se interessadas em integrar uma comissão para dirigir o Desportivo de Chaves, actual terceiro colocado da Zona Norte da II divisão, mas o número mínimo necessário é de cincos elementos.

«Acredito que vamos conseguir encontrar uma comissão administrativa», frisou Pinto Barros, acrescentando: «Se não conseguirmos, teremos de arranjar outra solução».

Para ajudar o clube a terminar a época e angariar dinheiro para pagar os salários aos atletas foi criada uma conta bancária e uma comissão de apoio constituída por «amigos» do Desportivo.

Os jogadores abriram a conta bancária "Amigos do Desportivo de Chaves" para angariar dinheiro para ajudar o plantel a chegar ao fim da temporada.
Além disso, a comissão de apoio vai realizar sorteios, nos últimos cinco jogos em casa, para «ajudar» o Desportivo a angariar verbas para, pelo menos, pagar o vencimento aos jogadores.

O pedido de insolvência do clube, interposto por Sérgio Silva, antigo jogador do Desportivo de Chaves, por uma divida contraída após uma lesão que o deixou impedido de jogar futebol, tem assembleia de credores agendada para 07 de Abril.

Mário Carneiro admite que a insolvência «pode ser uma forma de resolver os problemas actuais do clube».

«O clube não tem património, por isso, estamos a negociar para que haja um plano de viabilização», disse.

O presidente demissionário acredita que o Desportivo de Chaves tem «viabilidade» e «todas» as condições para continuar a sua actividade.

Devido ao pedido de insolvência, as receitas do clube não podem ser movimentadas.

Para resolver a sucessão de Mário Carneiro, presidente demissionário, e encontrar uma comissão administrativa para liderar os destinos do clube foi marcada uma nova AG para 22 de Março.