"Durante a próxima semana, o clube terá de regularizar um mês e meio de salários em atraso, caso contrário o jogo em casa frente ao Lousada, a 11 de Abril, não se realizará", disse Joaquim Evangelista, repetindo a ideia que lhe foi transmitida pelos capitães e porta-vozes do grupo de trabalho.

O plantel só tem meio mês de Dezembro pago e "a situação começa a ser insuportável", denunciou Calica, um dos capitães de equipa, dando conta da situação extrema de um colega, a quem valeram os companheiros para evitar que fosse despejado de casa.

"Queremos que as pessoas saibam o que se passa e nos ajudem, pois acredito que os paredenses não conhecem a situação do clube", acrescentou o médio Calica.

Para fazer face às dificuldades sentidas no plantel de 23 jogadores, 80 por cento deles formados no clube paredense, Evangelista prometeu recorrer ao Fundo de Garantia Salarial e distribuir "algumas verbas" pelos "casos mais graves".

O presidente do Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol manifestou-se "muito preocupado" com a situação e o problema social criados: "A maioria dos jogadores são miúdos, a quem foram criadas expectativas de um ordenado a troco do seu trabalho".

Evangelista lembrou que este problema pontual do Paredes é a realidade do futebol e que "está na altura de acabar com esta situação": "Vou ter de falar com o doutor Madaíl, porque isto é um campeonato organizado pela Federação. Há um sentimento de impunidade de alguns dirigentes, mas alguém tem de responder por isto".

No final do encontro, Evangelista e os quatro capitães de equipa transmitiram esta posição do grupo ao presidente da Comissão Administrativa do Paredes.

À agência Lusa, José Orlando Rocha confirmou a dívida aos jogadores, segundo disse os únicos credores do clube neste momento, e prometeu liquidar uma parte da verba em atraso na próxima semana.

O Paredes é 10.º classificado, com 27 pontos, entre 14 equipas que disputam a zona norte da II Divisão.