O acionista maioritário da Sociedade Anónima Desportiva do Leixões, Carlos Oliveira, candidata-se à presidência da direção do clube com o objetivo prioritário de "reestruturar o seu passivo", que diz situar-se em "2,4 milhões de euros".
O Leixões, cuja equipa de futebol disputa a II Liga, vai a votos já na próxima sexta-feira, dia 27, porque a direção liderada por Mário Santos, e eleita há pouco mais de um ano, demitiu-se em bloco em 22 de maio último.
O ato eleitoral foi marcado este mês e esta semana soube-se que Carlos Oliveira decidiu avançar com uma lista concorrente aos órgãos sociais.
Há uma segunda lista candidata, liderada por Duarte Anastácio, "que, no entanto, ainda aguarda validação por parte dos serviços administrativos do clube", segundo informou o Leixões através do seu "site".
Essa lista "tem de regularizar algumas situações até amanhã [quinta-feira] para ser devidamente validada como concorrente às eleições", lê-se na mesma informação.
"Decidi nos últimos dias, por pressão de alguns sócios", disse hoje à agência Lusa Carlos Oliveira, que detém 56,3 do capital da SAD leixonense. Segundo acrescentou, um dos associados que o persuadiram foi Dias da Fonseca, penúltimo presidente do clube e atual presidente do Conselho de Administração da Casa da Música.
Desta vez, Dias da Fonseca candidata-se à presidência do Conselho Fiscal do Leixões.
Carlos Oliveira afirmou também que "os problemas do Leixões não são tão grandes como isso, mas é preciso alguma capacidade operacional" para os resolver. "Rapidamente, é preciso fazer um plano de reestruturação do nosso passivo, para vivermos com alguma tranquilidade nos próximos anos", defendeu.
Com um passivo de "mais ou menos 2,4 milhões euros", o Leixões pode seguir o exemplo de outros clubes nacionais, como o Boavista, e concorrer também ao SIREVE (Sistema de Recuperação de Empresas por Via Extrajudicial) para resolver os seus problemas financeiros, adiantou Carlos Oliveira.
Pelas suas contas, o clube ficaria a pagar "cerca de 14 mil euros por mês, durante 150 meses", ao abrigo desse plano e, por outro lado, ver-se-ia livre dos "leilões do estádio e das penhoras" que o têm atormentado.
"Tenho uma equipa de economistas e fiscalistas preparados" para fazer face aos problemas financeiros, sublinhou.
Outras das suas propostas é a "criação de um conselho estratégico com 10 ou 15 personalidades" oriundas do meio empresarial e outros, para "refletir sobre o Leixões e os seus problemas".
Carlos Oliveira disse à Lusa que convidou o presidente da Câmara de Matosinhos, Guilherme Pinto, para presidir também a esse conselho e que o autarca "aceitou".
O candidato, aliás, foi hoje recebido por Guilherme Pinto e este desejou-lhe "boa sorte", pois, segundo disse, conhece bem as dificuldades que o Leixões atravessa
"Não prometi nem garanti nada", realçou à Lusa o autarca, lembrando que a autarquia, através da empresa municipal Matosinhos Sport, gasta "4,5 milhões de euros por ano na cedência das suas instalações para a prática desportiva dos clubes".
"Sei bem que o Carlos Oliveira tem ajudado muito o Leixões. Não podia deixar de agradecer todo o esforço que tem feito. Se ele for eleito, teremos muito tempo para trabalhar em conjunto", salientou Guilherme Pinto.
Carlos Oliveira adiantou ainda que se for eleito presidente do Leixões pretende "criar também o cargo de provedor do adepto", o qual será desempenhado por "uma personalidade de prestígio indiscutível".
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