"O segredo do sucesso deve-se à capacidade de trabalho. Viver 24 horas e mais uma. Vivo muito para o futebol, não para o futebol de televisão, que vejo pouco, mas o futebol de metodologia, de estudo, de táctica", disse à Agência Lusa o jovem técnico de 34 anos.
Outros factores que imprime nas suas equipas são o rigor e a exigência: "Sou muito rigoroso, não só no treino, como na organização da própria equipa. Passo essa exigência também para os meus adjuntos e, claro, para os meus jogadores. Sem organização, disciplina e uma boa liderança nada feito".
Questionado quanto ao modelo de uma equipa de sucesso do futebol actual, Ilharco apontou como bom exemplo o Barcelona, em detrimento do Real Madrid.
"Uma equipa tem sucesso com bons jogadores, mas nem sempre com excelentes jogadores. O exemplo é o Barcelona. É uma equipa que tem por base um conjunto de bons jogadores, onde pontuam dois ou três génios", frisou.
Relativamente aos grandes sonhos que espera um dia se venham a concretizar, porque se sente capaz de os levar por diante, gostaria de um dia treinar a Académica, porque é um clube da sua cidade, ou então o Vitória de Setúbal, cidade de onde é natural.
Esta época, além de já ter assegurado a subida aos nacionais do clube da pacata vila de Nogueira de Cravo a três jornadas do fim do campeonato, o Nogueirense ainda está nas meias-finais da Taça da Associação de Futebol de Coimbra e é ambição de Pedro Ilharco repetir a "dobradinha" do ano passado com o União de Coimbra.
Relativamente à sua continuidade à frente dos destinos do Nogueirense, o "namoro antigo" de projectar o clube nos nacionais deu em "casamento", daí a sua continuidade à frente do comando da equipa.
Quanto ao grupo de trabalho, considerou-o formado por jogadores de qualidade técnica elevada, jogadores humildes, mas com ambição e vontade de trabalhar.
Realçou ainda que o clube tem condições para se manter na III Divisão, pois tem uma boa estrutura, uma boa direcção, com pessoas muito dedicadas.
Pedro Ilharco já venceu quatro campeonatos distritais e duas Taças da Associação de Futebol da Associação de Futebol de Coimbra.
Em 2004/2005, subiu o Vigor da Mocidade da Divisão de Honra para a III Divisão Nacional, em 2005/2006, o Gândara da Divisão de Honra para a III Divisão Nacional, em 2008/2009, o União de Coimbra da Divisão de Honra para a III Divisão Nacional, e esta época, o Nogueirense da Divisão de Honra à III Nacional.
Natural de Setúbal, veio para Coimbra aos sete anos e, não muito "amigo de estudar", dedicou-se mais ao desporto, tendo praticado voleibol e karaté.
"O bichinho do desporto sempre esteve cá dentro. Já nasceu comigo. Sempre gostei muito de desporto, pois não gostava muito de estudar", afirmou.
O insucesso escolar levou-o a tirar o Curso de Restaurante-Bar da Escola de Hotelaria de Coimbra, com equivalência ao 12.º ano de escolaridade, e ingressou no Instituto Jean Piaget, em Almada, onde se licenciou em Educação Física.
O treinador recorda-se com saudade do professor João Barnabé, da disciplina de futebol, que talvez o tenha mais marcado. Neste momento, frequenta o Mestrado na Faculdade de Ciências do Desporto e Educação Física.
Obteve o nível III como treinador de futebol há três anos em Rio Maior e teve como colegas Paulo Bento, Leonel Pontes, Tulipa, Hélio Sousa, Mónica Jorge, Filipe Ramos, Valido, entre outros.
O técnico não vive exclusivamente da vida de treinador, embora seja a sua paixão, sendo Técnico Superior de Desporto da Câmara Municipal de Coimbra.
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