O selecionador do Egito, o português Carlos Queiroz, enalteceu hoje o apuramento da sua seleção para a final da Taça das Nações Africanas (CAN2021) de futebol, mas foi crítico com o árbitro da meia-final frente aos Camarões.
"Merecemos jogar a final. Sofremos na primeira parte, mas, no segundo tempo, começámos a jogar as nossas cartas e a controlar o jogo. Terminámos com as oportunidades mais claras. Sofremos, trabalhámos muito, depois impusemos a equipa, o grupo, que não é de apenas 11 jogadores. Quem vem do banco também carrega a equipa", disse, após derrotar os Camarões, orientados pelo também português António Conceição, no desempate por grandes penalidades (3-1), após 0-0 no tempo regulamentar e prolongamento.
Apesar da satisfação pelo triunfo, Queiroz, que foi expulso em cima dos 90 minutos, já não assistindo do banco o prolongamento e os penáltis, 'atirou-se' à arbitragem do jogo.
"Foi difícil, mais uma vez. Infelizmente, mandam este tipo de árbitros para um jogo deste nível, árbitros sem experiência, sem nível, a quererem dar espetáculo. Começou logo no balneário, ainda não tínhamos começado o jogo, e ele vem ao balneário intimidar o nosso 'staff'. Mas, mesmo contra isto, contra todas as decisões, que foram sempre contra o Egito, fomos a melhor equipa na segunda parte e nos penáltis", afirmou.
O técnico português explicou o momento da expulsão: "E ele vem como o super homem do jogo, mostra-me o amarelo, ameaça-me. Eu tenho 44 anos de futebol, quase 70 anos de idade... quem é esta gente que me vem gritar, a mim, ao Gomaa (ex-internacional egípcio e agora diretor geral), miúdos aos gritos, como se tivéssemos começado ontem. Nós estamos a trabalhar, por que razão nos ameaçam de dedo na cara, quem dá o poder a esta gente?"
Carlos Queiroz acusou ainda de terem agredido o seu adjunto Roger de Sá, que diz ter sido vítima de agressão por parte do presidente da federação de Marrocos, assegurando ter havido mesmo testemunhas, mas que quem foi susoenso por quatro jogos foi o seu adjunto, quaixando-se ainda de outras medidas tomadas contra o Egito por parte da Confederação Africana (CAF).
"A CAF não respeita o Egito. Desde os horários à qualidade dos relvados. Somos o Egito. Como é que este árbitro, depois do que fez no passado, pode estar na Taça das Nações Africanas? Quem entende isto? Ninguém. Dediquei toda a minha vida ao futebol, não admito estar nas mãos desta gente, que não está preparada. FIFA, CAF, têm que entender que entregamos o trabalho da nossa vida ao futebol e não podemos estar nas mãos de pessoas que são arrogantes e fazem este tipo de trabalho", prosseguiu.
Sobre o confronto com António Conceição, referiu: "É um grande amigo, creio que entenderá que fomos melhores na segunda parte e no prolongamento, quando mudámos a abordagem tática e controlámos o jogo. Só uma equipa podia seguir em frente, estou feliz porque fomos nós, mas, se fossem os Camarões, uma grande equipa e com um grande treinador, também mereciam. Por isso, parabéns a eles também."
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