O plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) brasileiro julgará a partir da próxima quinta-feira dois recursos que pedem a suspensão da Copa América, que está marcada para começar no Brasil no domingo.
Segundo informou hoje o próprio tribunal, o julgamento ocorrerá virtualmente e os onze membros do STF terão um prazo de 24 horas para se pronunciarem nas plataformas digitais da instituição, pelo que a decisão será conhecida na sexta-feira.
As duas ações que serão julgadas, que pedem a suspensão da Copa América devido à altíssima incidência da pandemia de covid-19 no país, onde já morreram quase 475 mil pessoas, foram apresentadas pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB) e pela Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos.
A próxima edição da Copa América seria organizada de forma conjunta pela Argentina e pela Colômbia, mas os dois países, por diversas razões, desistiram de organizar o torneio, pelo que a Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) confiou então a missão ao Brasil, embora seja um dos países mais afetados pela pandemia em todo o mundo.
O Governo do Brasil, presidido por Jair Bolsonaro, de extrema-direita, apoiou essa decisão, que gerou uma onda de críticas de toda a oposição de esquerda e até de direita, e de especialistas em saúde pública que alertam para o risco que representa.
Organizações científicas também alertaram que o Brasil está à beira de uma nova vaga da pandemia, quando ainda apresenta elevadas taxas de mortalidade, sendo que nas últimas duas semanas registou uma média de mais de 1.600 óbitos por dia.
Porém, o ministro da Saúde do Brasil, Marcelo Queiroga, afirmou hoje que a celebração da Copa América não acarreta "riscos" para a população, já que os protocolos de saúde que vêm sendo desenvolvidos para o evento "são seguros".
“O risco para a população é o mesmo, com ou sem Copa”, porque as 650 pessoas que se estima que integrem as delegações, entre futebolistas, técnicos e pessoal de apoio, “estarão isoladas” nos seus hotéis e só sairão em autocarros "controlados" para treinar e deslocarem-se aos estádios onde serão disputados os jogos, afirmou o governante.
“Não vejo riscos do ponto de vista epidemiológico”, insistiu Queiroga, que destacou que “a prática desportiva está autorizada” no Brasil, a tal ponto que há meses se jogam campeonatos nacionais e regionais e dezenas de jogos da Libertadores e da Sul-americana ou as eliminatórias para o Mundial do Qatar 2022.
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