O médico da seleção nacional, Henrique Jones, afirmou hoje que está a seguir atentamente o desempenho dos potenciais convocados para o Euro2012 em futebol como forma de prevenir lesões e antecipar o estágio da competição.

O clínico, que falava após uma sessão de esclarecimentos sobre a temática "Compreender a ação muscular como forma de evitar lesões no desporto", realizada na Escola Secundária Maria Amália Vaz de Carvalho, em Lisboa, salientou que está já em contacto com os homólogos dos diversos clubes para estar munido de informação sobre a situação clínica de cada um dos atletas.

«Até agora está tudo bem. Esperemos que até ao início do estágio para o Euro2012 nada aconteça. Não basta ter em atenção o número de jogos que cada atleta realizou ao longo da época, é necessário também ter em conta o passado lesional de cada um. A preparação dos treinos será feita tendo estes fatores em consideração», disse o clínico.

Perante uma plateia de cerca de três dezenas de alunos, quase todos da área de desporto, esclareceu os diversos aspetos da prevenção de lesões, que passam pelo tipo de treino, alimentação, situação psicológica, fadiga e utilização de meios adequados a cada desporto, tendo realçado a importância do diagnóstico para uma recuperação mais célere.

Certo é que «o desporto funciona como um medicamento em si», uma vez que ajuda na prevenção de algumas doenças, mas poderá «matar se a pessoa tiver problemas de saúde como o disparar do coração a 140 ou 160 pulsações por minuto».

«Mesmo com muito estudo dos atletas, com muitas análises há uma pequena franja que morre. São as chamadas mortes súbitas, que ninguém sabe porquê», sustentou Henrique Jones.

Questionado sobre a lesão do internacional português dos russos do Zenit Danny, que em fevereiro sofreu uma rotura total do ligamento cruzado anterior do joelho direito, Henrique Jones reiterou a opinião que teve desde o início.

«Ele voltou a romper o ligamento que já tinha sido intervencionado, por isso o tempo de recuperação é maior, entre oito a dez meses. Não tenho dúvidas que ele vai regressar com as mesmas características», referiu.

A forte capacidade física e a força de remate de Cristiano Ronaldo foram também abordadas nesta sessão, com o médico a realçar a devoção do jogador ao treino, sustentando que, para além do fator genético, a prática leva à perfeição.