O San Marino fez história na passada terça-feira ao marcar na derrota diante da Dinamarca por 2-1. em jogo da oitava jornada do grupo H da fase de apuramento para o Euro2024 de futebol.
O pequeno país da região centro-norte da Itália averbou a 22.ª derrota seguida em jogos oficiais mas, no final, fez a festa, já que voltou a marcar um golo, dois anos depois.
Ao todo, foram 772 dias sem marcar qualquer golo a nível oficial, 1543 minutos, quase 26 horas de futebol. Foram 16 jogos sem colocar a bola no fundo das redes adversárias. O último golo tinha sido marcado na também derrota frente à Polónia por 7-1, a 5 de setembro de 2021, por Nicola Nanni.
A proeza pertenceu ao capitão de equipa, Alessandro Golinucci. Depois de um canto, Alessandro Golinucci aproveitou um corte incompleto dos nórdicos para, com um remate acrobático, colocar a bola no fundo das redes da Dinamarca, empatando a partida. A festa no Estádio de San Marino foi grande, com todos os jogadores a correrem atrás do novo herói nacional para o abraçar.
Ao contrário de mais de 90 por cento dos jogadores que estiveram ao serviço das suas seleções durante a semana, Alessandro Golinucci não teve direito a massagens ou treino de recuperação. No dia seguinte, lá estava ele a cumprir o seu turno, das 8h às 17h numa empresa que fabrica esfregões para lava-rápidos.
"Foi uma emoção indescritível, que nos recompensa por todos os sacrifícios feitos. Para nós cada golo tem um valor inestimável, mesmo que esteja 5-0 para o adversário", disse Golinucci, que defende as cores do Virtus Acquaviva.
Rasmus Hojlund tinha dado vantagem a Dinamarca aos 42, Yussuf Poulsen, fechou a contagem aos 70 minutos.
O jogo ficou também marcado por uma troca de palavras entre Rasmus Hojlund, avançado do Manchester United que se queixou da dureza dos adversários.
"Sabiam muito bem que podiam tentar arruinar a carreira de alguém e sinto que me fizeram isso a mim, sobretudo na última jogada [lance com Di Maio], que nada tem a ver com futebol. Aquilo merecia cartão vermelho direto. O árbitro não teve controlo sobre o jogo e eles disseram: 'Espera pelo próximo' e 'Vamos esmagar-te'. Eram ameaças, eu entendo italiano e conseguia ouvir muitos deles a passar e a dizerem coisas desagradáveis. Também me empurraram e agarraram agressivamente", contou, em direto para o canal Bold, o avançado dinamarquês.
Queixas que não caíram bem no lado de San Marino. Foi o próprio Di Maio, que recorreu esta quarta-feira às redes sociais para responder ao avançado que joga no Manchester United.
"Hoje li que o Sr. 80 milhões se queixou porque ontem recebeu um 'pequeno tratamento' por parte de San Marino. Bem querido, provavelmente no futebol atual, em que o contacto físico desapareceu, podes dar-te ao luxo de gozar connosco, os adversários pequenos, com gestos feios e repetidos ou simulações a cada oportunidade que tens, na esperança de que o VAR te dê um penálti. Adoraria ver-te jogar há 15 anos, quando verdadeiros homens jogavam futebol. Foste uma desilusão Hojlund, boa sorte", escreveu, numa 'story' na rede social Instagram.
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