Roberto Martinez respondeu a Rúben Amorim, treinador do Sporting, que deixou alguns reparos à última convocatória da Seleção de Portugal. João Cancelo e João Félix foram convocados, apesar de não estarem a jogar nos seus clubes.
Amorim disse que Seleção não deve ser espaço para promover e ajudar jogadores: "Acho que é importante saber que para as nossas escolhas e convocatórias temos um processo muito profissional e honesto, há muito trabalho. O treinador trabalha com os seus jogadores, é normal, uma parte muito emotiva. Mas para mim é muito importante fazer um seguimento de ideia de jogo do adversário, também de momento de forma. O importante é o talento do jogador.."
Jogadores sem jogar foram chamados: "O momento de forma é importante, mas o estágio de março é um estágio em que tem mais importância os minutos do jogador, o momento de forma... O estágio de setembro, depois da minha experiência a nível internacional, não tem a ver com o momento de forma, mas sim com o que o jogador pode oferecer à nossa ideia de jogo, o compromisso, o talento, a paixão... É normal [as críticas]. As convocatórias não podem agradar a todos. Se alguém adora o futebol português, tem uma opinião, e é totalmente respeitável, mas o treinador sabe que temos de tomar decisões com processos profissionais. Estive em Alvalade, vi o jogo ao vivo, sigo 82 jogadores... Não trabalho com 23 jogadores."
Surpreendido com as críticas à convocatória? "Temos mais de 80 jogadores a jogar nas principais ligas. Muitos populares, com carreira a alto nível, de patamar nível mundial. É normal que todos os adeptos tenham opinião. Para mim é importante ter uma linha de trabalho. Trabalhamos com a seleção sete dias para dois jogos. Depois temos agora três estágios antes de um apuramento para um torneio europeu. O tempo de trabalho é muito importante, precisamos de ter uma relação, de nos tornar mais competentes na ideia de jogo. Para mim é muito fácil, porque controlo a informação dos jogadores. Depois trabalho com jogadores, vejo atitude, paixão, o que eles querem fazer pela seleção. A escolha leva isso em conta, mais o adversário, momento da época, porque não é igual setembro e março. Isso é experiência do jogo internacional. Mas a escolha é muito profissional e honesta. Depois as convocatórias não são para agradar a todos. Opiniões diferentes, gosto, é futebol. É parte da nossa vida".
Momentos de forma de João Cancelo e João Félix: "É importante para um selecionador. Ser parte da Seleção é muito diferente de jogar dois jogos de 90 minutos. Para ser parte da Seleção conta o talento, o que se pode fazer. Jogar dois jogos de 90 minutos é totalmente impossível. Mas temos toda a informação que precisamos para tomar decisões. Quando João Félix e Cancelo chegam ao Barcelona e jogam diretamente, acho que é um sinal de que estão a um nível perfeito para atuar nos melhores momentos. Cancelo fez uma pré-temporada perfeita. O João Félix jogou menos, mas está a um nível psicologicamente muito positivo para ajudar equipa."
Situação de João Palinha: "O João Palhinha teve um momento muito difícil. Está em outro patamar, para os melhores equipas do Mundo. Mas a nível pessoal foi muito difícil, porque não foi uma possível contratação, mas uma situação. Apanhou voo, teve uma mudança mental de equipa. É muito difícil. Acho que foi positivo ter o João para ele e para nós. O nível que mostrou no treino melhorou. Mas acho que ele gostou de ter a família da Seleção porque foi um momento muito difícil. Temos muito boas opções. O Rúben fez um estágio muito bom, com a Bósnia esteve bem e com a Islândia também. Otávio fisicamente está muito bem. Danilo pode jogar a trinco e temos boas opções."
Portugal defronta na sexta-feira a Eslováquia em Bratislava, num jogo agendado para as 20h45 (19h45) e que terá arbitragem do sueco Glenn Nyberg. Três dias depois, na segunda-feira, Portugal recebe no Algarve o Luxemburgo.
Após quatro jornadas, a seleção nacional lidera o Grupo J, com 12 pontos, somando apenas vitórias, à frente da Eslováquia, segunda classificada, com 10, e do Luxemburgo, terceiro, com sete. Bósnia-Herzegovina e Islândia somam três pontos, enquanto o Liechtenstein continua a zero.
Os dois primeiros lugares do agrupamento dão acesso direto à fase final do Campeonato da Europa, que vai decorrer no próximo ano, na Alemanha.
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