Portugal conquistou o título de campeão da Europa de futebol em sub-17 pela terceira vez, com 10 jogadores das duas gerações anteriores a terem chegado à seleção principal.

O ‘eterno’ João Moutinho é o expoente máximo deste aproveitamento, com 146 internacionalizações, sendo apenas ultrapassado neste registo pelo capitão Cristiano Ronaldo.

Aos 38 anos, o médio prolongou até 30 de junho de 2026 o contrato com o Sporting de Braga, sendo o único dos campeões em 17 de maio de 2003, em Viseu, ainda em atividade e um entre a meia dúzia dos comandados por António Violante que chegaram à seleção principal.

A geração de 2003

Moutinho, autor de sete golos pela equipa das ‘quinas’, juntou ao título de sub-17 o de campeão da Europa absoluto em 2016, juntamente com Vieirinha (25 internacionalizações e um golo), que pôs termo à carreira no mês passado, e vencedor da Liga das Nações em 2019.

De fora destas conquistas ficou Miguel Veloso, que ergueu o troféu após capitanear a defesa da seleção e acabou por consolidar-se no meio-campo, ultrapassando a meia centena de jogos pela seleção principal (56 e três golos), numa das seis promoções dos juvenis campeões continentais, juntamente com Paulo Machado (seis internacionalizações), Tiago Gomes e Hélder Barbosa (uma cada).

Sem vestirem a camisola principal das ‘quinas’ ficaram 12 campeões da Europa de sub-17.

Um deles foi Márcio Sousa, o herói da final frente à Espanha, que marcou os dois golos da vitória lusa por 2-1 ao antigo guarda-redes do Sporting Antonio Adán, numa lista que inclui os avançados Carlos Saleiro, Bruno Gama e Manuel Curto, o médio João Coimbra, os defesas Tiago Costa, Vítor Vinha, Paulo Ricardo, João Dias e João Pedro e os guarda-redes Mário Felgueiras e Pedro Freitas.

A geração de 2016

Dos comandados por Hélio Sousa na segunda conquista lusa em sub-17, em 2016, já emergiram quatro jogadores, três deles praticamente ‘donos’ da titularidade na seleção comandada por Roberto Martínez, que hoje defronta a Alemanha, nas meias-finais da Liga das Nações, em Munique.

O guarda-redes Diogo Costa segurou a titularidade da equipa das ‘quinas’ e já conta 34 internacionalizações, quase tantas como o extremo Rafael Leão, autor de cinco golos nas 39 presenças na seleção principal, enquanto o lateral Diogo Dalot (29 internacionalizações e três golos) também é invariavelmente aposta do selecionador nacional.

O quarto internacional é o médio Gedson Fernandes, que alinha nos turcos do Besiktas, e que foi suplente utilizado em dois jogos particulares em 2018, no empate com a Croácia (1-1) e na vitória na Escócia (3-1), quando alinhava no Benfica.

Desta geração consagrada em Baku, em 21 de maio de 2016, na vitória por 5-4 no desempate através de grandes penalidades, após a igualdade 1-1 – com golo inaugural de Dalot – ainda pode estar viva a esperança de chegar à seleção principal, sobretudo para jogadores como Diogo Leite, Florentino Luís, Thierry Correia e Jota.

Mais remota, mas não impossível, até por todos terem entre 25 e 26 anos atualmente, pode ser a concretização do sonho para os guarda-redes Luís Maximiano e João Virgínia, para os defesas Diogo Queirós, Rúben Vinagre e Luís Silva, para os médios Domingos Quina, João Lameira e Miguel Luís ou para os avançados Mickaël Almeida, Zé Gomes e Mesaque Djú.

Só o futuro dirá até onde chegarão os terceiros portugueses consagrados campeões da Europa de sub-17, com o inequívoco triunfo frente à França, por 3-0, no domingo, com golos de Anísio Cabral, Duarte Cunha e Gil Neves.

E agora, a geração de 2025?

Com o triunfo na memória, é unânime o potencial encontrado nos jogadores orientados por Bino Maçães, com o médio e capitão Rafael Quintas à cabeça, depois de ter sido eleito o melhor jogador do torneio disputado em Tirana.

O central Mauro Furtado, o médio Bernardo Lima e o extremo Stevan Manuel já se estrearam nas competições profissionais nacionais, Romário Cunha foi decisivo no desempate com a Itália, nas meias-finais, enquanto o avançado Tomás Soares foi o melhor marcador luso, com três golos, apesar de ter sido suplente utilizado nos cinco jogos.

O próximo passo rumo a uma possível afirmação para (pelo menos) grande parte destes 20 novos campeões europeus está marcada para novembro, entre 03 e 27 de novembro, no Qatar, onde vão disputar a 20.ª edição do Mundial do escalão, enfrentando, no Grupo B, Japão, Marrocos e Nova Caledónia.

Portugal regressa à competição 22 anos depois, tendo como melhor desempenho o terceiro lugar na estreia, na Escócia, em 1989, com o atual selecionador de sub-17 entre os convocados de Carlos Queiroz, juntamente com Luís Figo, Peixe, Abel Xavier e Capucho.