A seleção portuguesa de futebol de sub-21 chega como vice-campeã em título ao Europeu da categoria, que arranca na quarta-feira, almejando um inédito título e uma das três vagas disponíveis para os Jogos Olímpicos Paris2024.

Organizada entre três cidades da Geórgia (Batumi, Kutaisi e Tbilisi) e duas da Roménia (Bucareste e Cluj-Napoca), a 24.ª edição da prova bienal de ‘esperanças’ vai integrar 16 participantes pela segunda vez seguida e prolonga-se até 08 de julho, com os lusos a procurarem ‘vingar’ na sua nona fase final as decisões perdidas em 1994, 2015 e 2021.

A equipa das ‘quinas’ cumprirá os três desafios do Grupo A na capital da Geórgia, Tbilisi, sempre às 20:00 locais (17:00 em Lisboa), frente aos anfitriões, que se estreiam (quarta-feira), aos Países Baixos, campeões em 2006 e 2007 (dia 24 de junho), e à Bélgica (27).

Os dois primeiros classificados de cada uma das quatro ‘poules’ acedem à fase seguinte da prova, que tem a final agendada para a Adjarabet Arena, em Batumi, e vai determinar três dos quatro representantes europeus no torneio de futebol masculino de Paris2024, excetuando a França, apurada automaticamente como anfitriã, e a Inglaterra, inelegível.

Essa meta estará destinada aos três melhores finalistas do campeonato da Europa, mas, dependendo das equipas elegíveis presentes nos ‘quartos’ e nas meias-finais, pode ser necessário um play-off para atribuir a última vaga, em Bucareste, em 07 ou 08 de julho.

Portugal almeja a sua quinta participação nos Jogos Olímpicos, após Amesterdão1928, Atlanta1996, Atenas2004 e Rio2016, sendo que o ex-defesa internacional luso Rui Jorge esteve na segunda, como jogador, e na quarta e última, já como selecionador de sub-21.

À partida para a sua quarta fase final em Europeus, o técnico manteve-se fiel ao núcleo duro utilizado no Grupo 4 da fase de qualificação, que foi dominado pelos lusos, com 28 pontos, ao somarem nove êxitos e um empate, entre 41 golos marcados e três sofridos.

Com 12 jogadores a competirem em Portugal e 11 no estrangeiro, o elenco resgata dois vice-campeões europeus em 2021, casos do médio Fábio Vieira (Arsenal) - designado o melhor jogador dessa edição - e do avançado Francisco Conceição (Ajax), enquanto o dianteiro Pedro Neto (Wolverhampton) é o único com passagem pela seleção principal.

Influentes também têm sido o guarda-redes Celton Biai (Vitória de Guimarães), o defesa Nuno Tavares (Marselha), os médios Tiago Dantas (PAOK Salónica), André Almeida (Valência) e Afonso Sousa (Lech Poznan) ou o avançado Fábio Silva (PSV Eindhoven).

Em busca da primeira internacionalização pelos sub-21 estão o guarda-redes Francisco Meixedo (FC Porto B), presente em estágios anteriores, e o médio João Neves (Benfica), o mais novo entre os 23 ‘eleitos’, que foi convocado pela primeira vez aos 18 anos, três meses depois de ter competido na qualificação dos sub-19 para o Europeu da categoria.

As lesões de João Mário, Tomás Esteves, Tiago Djaló e, já nos últimos dias, de Tomás Tavares e David da Costa condicionaram os planos de Rui Jorge, que deixou de fora por opção futebolistas como Gonçalo Tabuaço, Pedro Malheiro, Eduardo Quaresma, Rafael Rodrigues, Dani Silva, Tiago Gouveia ou Tiago Tomás, todos chamados recentemente.

António Silva, Gonçalo Inácio, Vitinha e Gonçalo Ramos - melhor marcador absoluto do apuramento, com 12 golos – foram convocados para a seleção ‘AA’ e também desfalcam os sub-21, num torneio circunscrito a atletas nascidos a partir de 01 de janeiro de 2000.

Portugal vai entrar em cena frente à Geórgia, que defrontou pela única vez em setembro de 2022, num duelo particular realizado na Covilhã (4-1), com golos de Paulo Bernardo, Samuel Costa, Henrique Araújo e Afonso Sousa, contra outro de Giorgi Moistsrapishvili.

O técnico Ramaz Svanadze decidiu agora chamar apostas emergentes da seleção ‘AA’, incluindo o guarda-redes Giorgi Mamardashvili (Valência), o defesa Irakli Azarovi (Estrela Vermelha), o médio Zuriko Davitashvili (Bordéus) e o avançado Giorgi Tsitaishvili (Lech).

Talento futebolisticamente ímpar daquela antiga república soviética, o avançado Khvicha Kvaratskhelia (Nápoles) também estava pré-designado, mas prescindiu de participar no Europeu de sub-21, numa temporada em que se sagrou campeão italiano e também foi premiado como jogador mais valioso da Serie A e melhor jovem da Liga dos Campeões.

O equilíbrio resume o histórico dos Países Baixos com Portugal - cinco vitórias para cada lado, mais cinco empates -, que se cruzaram em 2007, com os anfitriões a triunfaram em Groningen (2-1) a caminho da revalidação do título logrado em solo luso no ano anterior.

Vencedor do Grupo 5 de qualificação, com 26 pontos, Erwin van de Looi tem a despontar o defesa Devyne Rensch (Ajax), os centrocampistas Kenneth Taylor (Ajax), Ludovit Reis (Hamburgo), Jurgen Ekkelenkamp (Antuérpia) e Ryan Gravenberch (Bayern Munique) ou os dianteiros Joshua Zirkzee (Bolonha), Brian Brobbey (Ajax) e Thijs Dallinga (Toulouse).

A equipa das ‘quinas’ também mediu forças há 16 anos com a Bélgica (0-0), igualmente em Groningen, no único jogo referente a fases finais, após três empates e duas derrotas.

Jacky Mathijssen apresenta o guarda-redes Maarten Vandevoordt (Genk), o defesa Zeno Debast (Anderlecht), o médio Eliot Matazo (Mónaco) e os avançados Lois Openda (Lens) e Charles De Ketelaere (AC Milan) entre as figuras do líder da ‘poule’ 9, com 20 pontos.

Roménia, Ucrânia e Croácia ladeiam no Grupo B do Europeu a Espanha, uma das duas pentacampeãs, a par da Itália, que evoluirá com Noruega, Suíça e França no D, ao passo que a Alemanha, detentora do troféu, defronta República Checa, Inglaterra e Israel no C.