A seleção portuguesa de futebol de sub-21 possui escassa margem de erro para o teste exigente frente aos Países Baixos, no sábado, na segunda jornada do Europeu da categoria, procurando recuperar a confiança perdida na estreia.

Três dias depois de terem sido surpreendidos pela Geórgia (0-2), oponente teoricamente menos perigoso do Grupo A, os vice-campeões em título surgem pressionados por uma vitória, sob pena de ficarem, desde já, arredados da fase seguinte, caso percam e o jogo entre os anfitriões e a Bélgica, que vai acontecer em simultâneo, não termine empatado.

Portugal perdeu pela primeira vez na jornada inaugural da prova desde 2006, sendo que tinha começado as derradeiras três fases finais a triunfar (2015, 2017 e 2021), todas sob orientação de Rui Jorge, cuja equipa manifestou sucessivas hesitações com e sem bola.

Além de ficarem em ‘branco’ pela primeira vez desde a final perdida com a Alemanha na edição de 2021 (0-1), na Eslovénia, as ‘esperanças’ nacionais somaram erros defensivos comprometedores, que permitiram à Geórgia marcar duas vezes a caminho do intervalo, nos únicos remates enquadrados nesses 90 minutos, para um total de quatro tentativas.

Exemplo do sub-rendimento alastrado a vários companheiros de equipa, o defesa central Tomás Araújo facilitou nesses lances e ainda seria expulso com cartão vermelho direto à entrada para o último quarto de hora, pelo que desfalcará os planos para o próximo jogo.

Rui Jorge vai ser forçado a mexer no eixo do setor mais recuado, que teve o médio José Carlos adaptado a lateral direito, podendo lançar mais novidades no ‘onze’ inicial, que se dispôs no habitual ‘4-4-2’ losango, mas transitou para ‘4-3-3’ no regresso dos balneários, encontrando dinamismo pelo suplente Francisco Conceição, dos neerlandeses do Ajax.

A melhor notícia conhecida por Portugal a meio da semana adveio do ‘nulo’ entre Países Baixos e Bélgica (0-0), resultado que deixou ambos em igualdade no segundo posto da ‘poule’, com um ponto, contra nenhum dos lusos e dois abaixo da Geórgia, líder isolada.

Organizados em ‘3-4-3’, os neerlandeses tiveram como esteios o defesa Devyne Rensch (Ajax), o médio Ryan Gravenberch (Bayern Munique) e o avançado Brian Brobbey (Ajax), num ‘onze’ dotado de Mickey van de Ven (Wolfsburgo), Jurgen Ekkelenkamp (Antuérpia), Kenneth Taylor (Ajax), Quinten Timber (Feyenoord) ou Crys Summerville (Leeds United).

Joshua Zirkzee (Bolonha), melhor marcador dos Países Baixos ao longo da qualificação, com sete golos, foi lançado por Erwin van de Looi perto do fim, enquanto o guarda-redes Bart Verbruggen (Anderlecht) se impôs como o melhor jogador em campo para a UEFA.

Cinco êxitos para cada lado e outros tantos empates perfazerem um historial equilibrado com Portugal, que cedeu na cidade neerlandesa de Groningen (2-1) em 2007, quando os anfitriões caminhavam para a revalidação do título logrado em solo luso no ano anterior.

Os Países Baixos só não passaram a ronda principal em 2000 e foram semifinalistas em 2013 e 2021, voltando ao Estádio Mikheil Meskhi, em Tbilisi, capital da Geórgia, onde se cruzaram com a Bélgica, para continuar a luta pelos dois postos de acesso aos ‘quartos’.

Inaugurado em 1952 e alvo de requalificações em 2001 e, posteriormente, em 2017, por ocasião da fase final do Europeu de sub-19, o palco do Locomotive Tbilisi acolhe 24.600 espetadores e vai receber os dois restantes confrontos no Grupo A da formação de Rui Jorge, que reentra em campo a partir das 20:00 locais (17:00 em Lisboa) deste sábado.

O duelo será arbitrado pelo romeno Horatiu Fesnic e decorre à mesma hora do encontro entre Geórgia e Bélgica, no Estádio Boris Paichadze, o mais emblemático daquela antiga república soviética, que também se situa na capital, mas na margem oposta do rio Kura.