O treinador Rui Jorge pediu hoje uma atitude “bastante adulta e segura” dos futebolistas da seleção portuguesa de sub-21 para inibir os “contra-ataques perigosos” da Itália, em encontro dos quartos de final do Europeu da categoria.
“São muito fortes quando recuperam a bola em zonas mais altas e nós teremos de ter capacidade para, tendo nós alguma superioridade no meio-campo, conseguir colocar os nossos jogadores em boa posição, virados para a baliza adversária e com espaço para executar bons passes de definição”, notou o técnico, em videoconferência de imprensa.
Vencedor do Grupo D, com nove pontos, graças a um ‘pleno’ de vitórias sobre Croácia (1-0), Inglaterra (2-0) e Suíça (3-0), Portugal defronta a pentacampeã Itália (1992, 1994, 1996, 2000 e 2004) na segunda-feira, às 21:00 (20:00 em Lisboa), no Estádio Stozice, em Ljubljana, em jogo dos quartos de final, com arbitragem do francês François Letexier.
“Acredito que seja um jogo equilibrado. Pela nossa forma de jogar e pelas características dos jogadores, vamos tentar ter mais tempo a bola, mas também teremos de estar preparados para jogar em ataque rápido e aproveitar as transições, algo que esta equipa tem capacidade. Se fizermos o que fizemos em março, estaremos à altura”, afiançou.
A equipa das ‘quinas’ nunca venceu os transalpinos em fases finais de Europeus de sub-21, mas Rui Jorge lembra que esta geração “já passou por outras situações igualmente difíceis e decisivas” para poder regressar à Eslovénia e participar na ronda decisiva.
“Por norma, passo bem a noite e de uma forma tranquila. Lutámos para estar aqui, mas não deixa de ser a nossa vida. Quem está nesta vida não pode ficar sem dormir quando há decisões importantes. Em termos de treino, não notei qualquer diferença. Vi o mesmo empenho, alegria e entusiasmo e um compromisso muito grande”, realçou.
Acreditando que os atletas “não estão demasiado confiantes”, mas “no ponto em que normalmente apresentam”, o selecionador enalteceu as “vivências diversas” dos 23 convocados, que “lhes permite ter alguma capacidade para lidar com momentos destes”.
“O passado foi bonito para alguns. Temos campeões de sub-17 e de sub-19, mas outros tiveram experiências interessantes. Este grupo tem várias gerações, mas conseguimos equilíbrio. Resta-nos provar que merecemos cá estar, queremos continuar e, acima de tudo, temos qualidade. Não adianta estar a pensar no que já conseguimos”, advertiu.
Rui Jorge teve de dispensar no início do estágio o defesa Thierry Correia e o avançado Francisco Trincão, por causa do novo coronavírus, que provoca a covid-19, mas já pôde convocar os dianteiros Jota e Rafael Leão, ambos ausentes da primeira fase por lesão.
“É um naipe bastante alargado. Falamos de três ou quatro atletas que estão na seleção ‘AA’, outros dois que estão de fora e não deixamos de estar aqui com uma equipa extremamente competitiva. Acho que é a principal virtude deste grupo de trabalho: a capacidade de ter disponíveis muitos jogadores de muita qualidade”, valorizou.
Thierry Correia teve um teste positivo para o novo coronavírus e está isolado, tal como Francisco Trincão, após um contacto considerado de alto risco pelas autoridades de saúde, tendo sido rendidos pelo defesa Abdu Conté e o médio Filipe Soares, respetivamente.
“Ainda ontem [sábado] falei com eles. O Thierry está assintomático, apesar de ser um caso positivo. O Trincão continua a ter testes negativos e não tem sintoma absolutamente nenhum. Isso é o mais importante para eles. No nosso caso, é seguir em frente. Quem cá está e teve esta oportunidade vai agarrá-la com toda a certeza”, concluiu Rui Jorge.
O vencedor do jogo entre Portugal e Itália defrontará nas meias-finais Espanha ou Croácia, na quinta-feira, às 18:00 (17:00 em Lisboa), na cidade eslovena de Maribor, estando a final prevista para 06 de junho, em Ljubljana, às 21:00 (20:00 em Lisboa).
Finalista vencida em 1994 e 2015 e ausente da edição de 2019, a formação comandada por Rui Jorge procura um inédito título à oitava presença na fase final de um Europeu de sub-21, que tem decorrido na Hungria e Eslovénia num formato desfasado, devido ao adiamento para este ano do Euro2020, motivado pela pandemia de covid-19.
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