O selecionador português de futebol de sub-21, Rui Jorge, garantiu estar num espaço que o realiza como treinador e que esse sentimento ficou patente na recente renovação de contrato com a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) até 2021.
Numa entrevista à Lusa, na antecâmara da disputa do seu segundo Campeonato da Europa ao leme das ‘esperanças' portuguesas, que irá decorrer na Polónia, o técnico da equipa das ‘quinas’ vincou o seu prazer de contribuir para o desenvolvimento dos jovens e de os potenciar para a seleção principal.
"É o espaço que me realiza. Deixei isso claro ao aceitar quatro anos e a FPF também deixou claro que sou um treinador em quem confia. Gosto de trabalhar com jovens jogadores, com um nível muito elevado, que hoje estão aqui e amanhã estão na nossa seleção principal. É uma fase importante na carreira deles e gostamos de fazer parte dela", Sublinhou.
Em 2015, um inédito título europeu fugiu aos sub-21 somente nas grandes penalidades da final contra a Suécia. Questionado sobre os quatro anos de contrato pela frente e o tempo renovado para a conquista dos títulos que faltam a um percurso que começou já no final de 2010, o selecionador preferiu centrar-se no processo e não tanto nos resultados.
"Claro que toda a gente gosta de vencer títulos, mas por si só não significa absolutamente nada. Dizer que gostava de conquistar títulos? Com certeza. O que vai diferenciar depois as pessoas é o que fazem e o meio em que estão para o conseguir. Estamos satisfeitos com o que temos feito até aqui. Ambicionamos sempre mais, mas, acima de tudo, procuramos trabalhar cada vez melhor", referiu.
Nos últimos cinco anos, Rui Jorge construiu uma equipa invicta em jogos oficiais e imune à renovação geracional. Além deste registo, a formação de sub-21 afirmou-se como um exemplo de futebol de qualidade, com Rui Jorge a explicar as suas ideias como "um reflexo" das influências que recebeu na sua carreira de futebolista.
"Os princípios que eu defendo para a minha equipa são os que aprendi enquanto jogador. É inegável que a minha marca como treinador tem o meu passado como jogador como referência, e esse passado vai buscar a muitos sítios, treinadores e colegas em momentos distintos. Tudo isso me foi construindo como pessoa e como treinador", explicou.
Instado a descrever a sua ideia de jogo e a identidade que preconizou para a sua equipa, o selecionador de sub-21 acentuou o peso do coletivo e a inteligência dos jogadores como aspetos centrais na sua estratégia.
"Tento que as pessoas vejam a minha equipa de uma forma coletiva, solidária, com muita paixão no jogo, com o virtuosismo natural dos nossos jogadores, com inteligência de jogo e qualidade técnica. Todos são importantes, têm o seu papel e irão fazer a diferença em momentos diferentes. Todos são fundamentais para o sucesso da equipa", rematou.
A estreia de Portugal no Campeonato da Europa está marcada para sábado, frente à Sérvia, em Bydgoszcz, jogando depois a 20 diante da Espanha, em Gdynia, e a 23 perante a Macedónia.
A competição, que conta pela primeira vez com 12 seleções, decorre entre sexta-feira e 30 de junho, na Polónia.
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