O selecionador português de futebol de sub-21, Rui Jorge, assegura uma participação ambiciosa de Portugal no Campeonato da Europa, que arranca na sexta-feira, na Polónia, depois do estatuto de vice-campeão alcançado na última edição da prova.

Em entrevista à agência Lusa, o técnico português lembra também que a sua equipa não perde em jogos oficiais há mais de cinco anos e que esse registo de força é também uma motivação extra para os jogadores protegerem o legado de diferentes gerações durante os últimos anos.

"A ambição deve ser sempre máxima, mas ter a máxima ambição não é dizer ‘eu vou ganhar'. Ambição é nós tentarmos melhorar diariamente para sermos mais fortes. Teremos ambição desde o início e tentaremos manter um legado que se vai construindo nos sub-21", afirma, acrescentando que os "resultados serão sempre uma consequência" do trabalho.

A invencibilidade em jogos oficiais é algo que Rui Jorge considera poder pesar nas análises que os adversários de Portugal fazem à sua equipa, mas, sobretudo, ter o efeito de alimentar os próprios jogadores a não ficarem na história como responsáveis pelo fim deste trajeto: "Acredito que vá alimentando e que eles tenham noção de quantos jogadores já contribuíram".

Confrontado com uma possível mudança na forma como Portugal é encarado pelos adversários, depois do título europeu conquistado em França no ano passado e também por idêntica conquista nos sub-17, Rui Jorge relativiza esse facto, sublinhando que esse estatuto somente se reflete ao nível da perceção pública.

"Pesarão muito mais o facto de esta geração não perder há não sei quantos jogos oficiais do que propriamente tudo o resto. Se falarmos na Polónia se o nome de Portugal tem outro peso depois da vitória da seleção A, claramente. Mas isso é num universo mais abrangente e não no que vamos encontrar pela frente com o treinador e os jogadores adversários", resume.

Sem se querer alongar em discussões sobre um pretenso favoritismo na competição, o selecionador de sub-21 reconhece, porém, a importância de entrar com um triunfo no Europeu, no qual o primeiro jogo no Grupo B será diante da Sérvia, no próximo sábado.

"Com três jogos era importante entrar bem, sem dúvida, mas não é decisivo. Não é um resultado negativo que nos vai eliminar. Agora, é importante, quanto mais pequeno for o formato, mais importante é cada jogo. E o primeiro não será exceção", salienta.

Ao lado da equipa das ‘quinas’ na fase de grupos estão ainda as congéneres de Espanha e Macedónia, além da já citada Sérvia. Sobre os oponentes da primeira fase, o selecionador reconhece a todos uma grande qualidade, apesar das diferenças entre os três conjuntos.

"A Sérvia tem jogadores com muita qualidade técnica, acima de tudo, é isso que ressalta da equipa sérvia; a Espanha consegue aliar toda a qualidade individual a uma qualidade coletiva bastante apreciável e é uma equipa bastante completa; já a Macedónia tem menos qualidade a nível individual, mas coletivamente tem demonstrado ser muito forte", conclui.

A estreia de Portugal no Campeonato da Europa está marcada para sábado, frente à Sérvia, em Bydgoszcz. A competição, que conta pela primeira vez com 12 seleções, decorre entre sexta-feira e 30 de junho, na Polónia.