Wang Tao, de 40 anos, natural de Dalian, no nordeste da China, foi levado de emergência para o hospital esta semana, após começar a sentir apertos no peito, escreve hoje o Diário de Liaoning.
O homem acabou por sofrer dois ataques cardíacos já no hospital.
A China tem uma diferença horária média de seis horas em relação a França, pelo que muitos dos jogos do Europeu são transmitidos no país durante a madrugada.
O jogo de Portugal frente à Islândia, que se disputou na noite de terça-feira em Saint-Étienne, por exemplo, terminou quando em Pequim já eram quase 05:00 de quarta-feira.
Ainda assim, o entusiasmo pela modalidade mantém muitos chineses colados ao ecrã.
Kevin, um engenheiro de 28 anos, acompanha "todos os jogos".
E nem poderia ser de outra forma: "Se for para a cama, fico a pensar no resultado, e também não consigo dormir", contou à agência Lusa.
Durante o Mundial de 2014, no Brasil, chegou a estar três noites seguidas sem dormir. "O corpo já não aguentava" e foi só depois de a mãe o levar ao hospital que decidiu pôr o sono em dia.
Nessa altura, pelo menos três adeptos chineses morreram depois de passarem várias noites sem dormir para acompanhar os jogos.
A única vez que a China conseguiu qualificar-se para a fase final de um Mundial foi em 2002, na vizinha Coreia do Sul, mas perdeu os três jogos que disputou e não marcou um único golo.
Perante os insucessos da sua seleção, resta aos adeptos chineses torcer por outros países.
Kevin, por exemplo, gosta da "vontade férrea" e do futebol "bem trabalhado" da Alemanha.
Quanto a Portugal, admite não gostar do "exibicionismo" do 'C Luo' (Cristiano Ronaldo, em chinês).
"Julgo que falta sentido coletivo à equipa portuguesa", afirma.
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