A Espanha colocou um ponto final numa seca de 44 anos, ao conquistar a edição 2008 do Europeu de futebol, disputado pela segunda vez em dois países, desta vez Áustria e Suíça.
Sob o comando do experiente técnico Luis Aragonés, os espanhóis repetiram, finalmente, o feito longínquo de 1964 (em casa), com um percurso convincente, mas que não evitou passar por um desempate por grandes penalidades.
Nos quartos de final, face à Itália, o 0-0 manteve-se até ao final do 120 minutos, mas, então, apareceu o guarda-redes Iker Casillas a resolver, com defesas aos pontapés de Daniele De Rossi e Antonio Di Natale.
Antes e depois, o percurso dos espanhóis foi imaculado, começando logo com um claro 4-1 à Rússia, num jogo decidido por um “hat-trick” de David Villa, que, no jogo seguinte, selaria, aos 90+2 minutos, a vitória sobre a Suécia (2-1).
Depois de, com as reservas, vencer por 2-0 uma “pobre” campeã em título Grécia (três derrotas) e de superar a Itália na “lotaria”, a Espanha voltou a medir forças com a Rússia, agora nas “meias”, e ganhou novamente sem mácula (3-0), com tentos de Xavi, Güiza e David Silva.
Na final, a terceira da sua história, um golo de Fernando Torres, aos 33 minutos, com um toque subtil sobre Jens Lehmann, foi suficiente para a Espanha bater a Alemanha e conquistar a 13.ª edição do Europeu.
Foi o triunfo de uma seleção que misturou a “fúria”, personificada em Puyol, Sérgio Ramos, Marchena, Marcos Senna ou Capdevilla (agora no Benfica), com a classe, de Xavi, Iniesta, Cesc ou Silva, à qual juntou a frieza do “capitão” Casillas e a veia goleadora de Villa e Torres.
A Espanha somou o segundo título, em três finais (perdeu a de 1984), enquanto a Alemanha, depois de se ficar pela primeira fase em 2000 e 2004, somou a sexta presença numa final, perdendo pela terceira vez, como em 1976 e 1992.
Os germânicos passaram a primeira fase sem problemas, apesar de um desaire com a Croácia (1-2), e depois venceram por 3-2 Portugal (estiveram a ganhar por 2-0 e 3-1) e a Turquia, num jogo decidido por Philipp Lahm, aos 90 minutos.
Destaque ainda para as boas prestações da Rússia, de Andrei Arshavin, que só não pôde com a Espanha e brilhou nos “quartos”, face à Holanda (3-1, após prolongamento), e também da Turquia, semi-finalista pela primeira vez.
Em matéria de desilusões, as maiores foram protagonizadas pelas últimas campeãs, a Grécia (2004) e a França (2000), que saíram da fase final na primeira fase e sem qualquer triunfo, sendo que os helénicos nem pontuaram.
A fase final do Euro 2008 celebrou os mesmos 77 golos de 2004, em 31 jogos (2,48 por encontro), com o espanhol David Villa a sagrar-se melhor marcador, com cinco, apesar de se ter lesionado nas “meias” e perdido a final.
Comentários