Fernando Santos concedeu esta segunda-feira uma entrevista à RTP, onde abordou vários assuntos, sendo um deles o papel de Cristiano Ronaldo na Seleção Nacional.

O selecionador não colocou de parte uma ausência de CR7 de um onze, mas realçou a importância do jogador no estilo de jogo da equipa.

"Se nós entendermos que o Cristiano não está bem, que não está a dar à equipa aquilo que pretendemos, obviamente que teria de ser suplente e tinha de perceber. Quando tu tens um dos melhores do mundo, e isto não é só com Portugal, se perguntar ao Deschamps [França] ou ao Low [Alemanha], eles vão montar a equipa com base em um ou dois jogadores que eles consideram que podem ser os mais influentes, no entendimento deles", começou por dizer.

"O Cristiano Ronaldo não é um jogador que defensivamente traga grande coisa à equipa, nunca trouxe, nem queremos que traga. Já em 2016 foi assim, sempre foi assim. A equipa é que sabe como é que se tem de movimentar tendo um jogador que não vai à nossa área defender, não tem esse tipo de participação. Tem aquilo tudo que nos pode dar, a forma como o adversário o respeita, a forma como faz golo...", acrescentou.

Fernando Santos comparou ainda a seleção de 2021 com a seleção campeã em 2016, realçando que, em termos individuais, a equipa atual apresenta diferenças substanciais.

"Portugal tinha grandes jogadores em 2016 que não estão aqui presentes. As caraterísticas individuais destes jogadores são substancialmente diferentes daquela que era a construção base de 2016. Há alguma diferença entre a equipa de 2016 e esta, não há tanta diferença com a equipa de 2019 e acho que passamos muito ao lado de 2019...", afirmou.

Sobre um possível regresso a clubes, depois da seleção, Fernando Santos não o coloca de parte, até porque a ideia de 'pendurar as chuteiras' ficou lá para trás.

"Sim e gostava, por uma razão muito simples: uma das coisas que eu gosto é de ensinar. Houve uma fase há sete, oito anos, em que pensava em acabar mais cedo. Depois quando fui para a Seleção da Grécia pensava que ia falar por ali, que me ia dedicar mais à família... Acho que até a família já percebeu que isso não vai acontecer", concluiu.