A seleção portuguesa de futebol pode garantir quarta-feira a segunda final da sua história, mas para isso terá que ultrapassar o estreante País de Gales, a sensação do Euro2016, que já venceu equipas como Rússia e Bélgica.
Em Lyon, Portugal tem uma soberana oportunidade para voltar a marcar presença no jogo decisivo de um Campeonato da Europa e repetir o feito de 2004, na altura a atuar em ‘casa', quando deixou a Holanda pelo caminho (2-1) nas meias-finais.
Ao contrário de há 12 anos, em que, além de holandeses, também ultrapassou seleções como Espanha, Rússia e Inglaterra para alcançar a final, Portugal encontrou em solo gaulês um trajeto bem mais ‘simpático', com Croácia e Polónia e agora o estreante País de Gales a separar a seleção nacional de estar no Stade de France, a 10 de julho.
Mesmo sem ter qualquer vitória e com apenas empates em todos os jogos durante o tempo regulamentar, Portugal é claro favorito, perante uma seleção galesa que tem em Gareth Bale a sua principal ‘esperança', embora tenha demonstrado nos quartos de final, com a Bélgica (3-1), que tem mais soluções além do jogador do Real Madrid.
Na equipa de Portugal, o selecionador Fernando Santos já sabe que não vai poder contar com William Carvalho, castigado, estando Danilo na calha para ocupar o seu lugar como médio mais recuado, mas espera contar com André Gomes e Raphael Guerreiro, dois habituais titulares que falharam o embate com a Polónia nos ‘quartos' devido a problemas musculares.
Guerreiro deverá mesmo regressar ao lado esquerdo de uma defesa que deverá voltar a ter Cedric na direita e Pepe e José Fonte no meio, à frente do incontestável Rui Patrício.
Cristiano Ronaldo e Nani deverão continuar intocáveis na frente, acabando novamente a maior dúvida por aparecer no meio campo: Adrien, Renato Sanches e João Mário foram titulares com os polacos, mas André Gomes e João Moutinho podem muito bem aparecer outra vez nas ideias do selecionador nacional.
Naquele que será o quarto confronto entre as duas seleções, o primeiro oficial, o País de Gales terá que superar as ausências de Ben Davies, um dos esteios da defensiva dos ‘dragões vermelhos', e especialmente de Aaron Ramsey, outra das grandes figuras da equipa e grande responsável pelo jogo criativo, ambos devido a castigo.
Vigésimo sexto classificado do ranking FIFA (Portugal é oitavo), a formação de Chris Coleman, juntamente com a Islândia, que caiu domingo nos ‘quartos’, face à França (2-5), já reservou um lugar na história deste Europeu, ainda mais depois de afastar a talentosa Bélgica nos ‘quartos'.
Na sua estreia em Europeus (só tinha um presença em fases finais, no Mundial de 1958), o País de Gales chegou ao Grupo B como o ‘patinho feio', mas alcançou o primeiro lugar com vitórias sobre Eslováquia (2-1) e Rússia (3-0), caindo apenas perante Inglaterra (2-1), com um golo de Sturridge no último minuto.
Nos ‘oitavos' deixou pelo caminho a Irlanda do Norte (1-0), graças a um autogolo, noutro duelo britânico, e reforçou o estatuto de seleção surpresa quando ultrapassou a Bélgica nos ‘quartos'.
Bale tem três golos na competição, mas ficou em branco com a Irlanda do Norte e também face aos belgas, tendo nessa altura aparecido Ashley Williams, Hal Robson-Kanu e Sam Vokes como novos heróis galeses.
O Portugal-País de Gales está agendado para as 21:00 locais (20:00 horas de Lisboa), em Lyon, com o vencedor a qualificar-se para a final de domingo, em Saint-Denis, face à anfitriã França ou à campeã mundial Alemanha.
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