Um ano depois de ter sido nomeado selecionador de futebol de Portugal, Paulo Bento retirou a “equipa das quinas” de uma profunda depressão e recolocou-a no rumo da qualificação para o Euro2012.
Contudo, o primeiro ano do antigo médio internacional, que se cumpre na quinta-feira, não foi fácil, uma vez que inicialmente surgiu como segunda escolha para o cargo e no final registou-se a “deserção” de Ricardo Carvalho da seleção.
Em 22 de setembro de 2010, Paulo Bento pegou numa seleção marcada por um Mundial2010 pouco conseguido – exceção à goleada sobre a Coreia do Norte (7-0) – e pelo polémico afastamento de Carlos Queiroz.
Com apenas um ponto em dois jogos da qualificação para o Euro2012, o presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), Gilberto Madail, precisava de uma solução em apenas um mês, tendo tentado que José Mourinho treinasse Portugal nos encontros com a Dinamarca e a Islândia.
O Real Madrid acabou por não libertar Mourinho e Madail apresentou Paulo Bento pouco mais de duas semanas antes do jogo com a Dinamarca.
Contudo, Mourinho não deixou de apoiar Paulo Bento, garantindo que o antigo técnico do Sporting “é o melhor” treinador para a seleção portuguesa.
Logo desde o primeiro jogo, Paulo Bento definiu um “onze” tipo, com três “esquecidos” de Carlos Queiroz - João Pereira, João Moutinho e Carlos Martins -, recuperando igualmente Hélder Postiga, o segundo melhor marcador desta nova “era”.
Garantido como incontestável capitão por Paulo Bento, Cristiano Ronaldo, que com Carlos Queiroz tinha marcado apenas dois golos, reencontrou-se com as balizas ao serviço da seleção e, em nove jogos, já soma seis tentos.Os dois primeiros encontros recolocaram Portugal no caminho do Euro2012, com dois triunfos sobre a Dinamarca (3-1) e a Islândia (3-1).
Desde a entrada de Paulo Bento, Portugal fez um percurso perfeito em jogos oficiais, com mais dois triunfos, sobre a Noruega (1-0) e o Chipre (4-0), passando a depender de si próprio para garantir o apuramento para o Euro2012 nos últimos dois encontros.
Um dos grandes momentos da “era” de Paulo Bento foi a goleada por 4-0 sobre a campeã europeia e mundial Espanha – que tinha afastado a “equipa das quinas” do Mundial2010 -, num jogo particular no Estádio da Luz.
Em nove encontros, Paulo Bento apenas perdeu uma vez, num particular com a Argentina, decidido por Lionel Messi, num encontro em Genebra que Portugal equilibrou até aos 60 minutos, quando Ronaldo, Nani e Hugo Almeida foram substituídos.
No total, Paulo Bento conseguiu sete triunfos, uma derrota e um empate, com o Chile (1-1), naquela que terá sido provavelmente a pior exibição portuguesa no último ano.
O último encontro ficou marcado pela saída de Ricardo Carvalho do estágio da seleção, no dia em que Portugal partia para o Chipre, alegando ter sido desrespeitado por Paulo Bento.
Na conferência de imprensa de antevisão do encontro, Paulo Bento disse que o central do Real Madrid tinha desertado.
«Após o treino, quando estávamos na sala de refeições, houve alguém que desertou e esse alguém foi o Ricardo Carvalho. Não houve conversa nenhuma, na quarta-feira treinou e treinou bem e depois desertou, foi à sua vida, deixou-nos com 22 jogadores», afirmou Paulo Bento.
Na sequência desta acusação, Ricardo Carvalho chamou “mercenário” a Paulo Bento, o qual garantiu que, enquanto fosse selecionador, o defesa não voltaria a ser chamado.
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