O presidente da Federação de Futebol da Guiné-Bissau (FFGB), Carlos Teixeira, disse hoje à Lusa que o campeonato nacional será retomado em abril, após a autorização do Governo, mas perante "medidas apertadas" para evitar infeções pelo novo coronavírus.

Os jogos vão ser realizados sem público, todos os intervenientes serão submetidos ao controlo de temperatura corporal antes das partidas se iniciarem. Em caso de suspeita a pessoa será submetida a um teste e, se se provar a infeção, todos os participantes naquele desafio serão obrigados a realizar o despiste do novo coronavírus.

Todos os intervenientes terão que usar máscaras e em cada jogo haverá um mínimo de 10 policias para garantir que as medidas estão a ser cumpridas, notou o presidente da FFGB, citando um plano de contingência elaborado conjuntamente com o Alto Comissariado contra a covid-19.

No decreto do Governo, publicado na quinta-feira, a dar conta de medidas no âmbito do estado de calamidade à saúde pública, é referido que o clube que não respeitar o plano de contingência está sujeito ao pagamento de uma coima de até 300.000 francos CFA (cerca de 450 euros).

A federação informa também que o clube que não respeitar as medidas de prevenção da pandemia de covid-19 será punido com a derrota.

O presidente da federação guineense de futebol agradeceu "a boa compreensão do Governo e a colaboração" do Alto Comissariado, por terem permitido a retoma do campeonato que, disse, "já não existia há dois anos".

"A juventude estava já a entrar em ‘stress'. A federação vai fazer tudo para cumprir à risca as medidas comprometidas com o Alto Comissariado", notou Carlos Teixeira.

Já na quinta-feira, 01 de abril, vai arrancar um torneio, denominado Taça da Guiné-Bissau, para permitir aos clubes da primeira, segunda divisão e do futebol provincial, realizarem jogos que vão servir de pré-época, e depois arrancará o campeonato nacional, disse Teixeira.

Os dados divulgados hoje pelo Alto Comissariado para a covid-19 indicam que há um total acumulado de 3.607 casos e 61 vítimas mortais.

O Governo da Guiné-Bissau decidiu prolongar o estado de calamidade no país, que hoje terminava, por mais 30 dias, até 24 de abril, mas decidiu permitir a retoma do campeonato nacional de futebol, sem público nos estádios, e o exercício coletivo de liberdade religiosa nas igrejas, mesquitas e outros locais de culto, com metade da lotação prevista.