O antigo internacional angolano Albino António Carnaval defendeu hoje, em Luanda, a necessidade de uma maior aposta nos escalões de formação, para que futebol nacional possa atingir níveis altos.

Em avaliação ao estado actual da modalidade no país, o ex-guarda-redes que se notabilizou na equipa do Mambroa do Huambo e na Selecção Nacional, referiu à Angop que a implementação prática e extensão do ensino sobre noções básicas do desporto e do futebol nas crianças afigura-se o caminho certo no progresso.

“O nível do jogador sénior depende em muito daquilo que recebeu na infância e juventude. Internamente, apesar dos potenciais talentos existentes, notamos uma grande diferença dos demais atletas de outros países que possuem importantes centros de formação de crianças. Por isso, se queremos aumentar o nosso nível e rendimento, temos de apostar fortemente nos escalões de formação”, disse.

Acrescentou que Angola já possui alguma experiência positiva da importância em apostar nos escalões de formação e do desporto escolar, para que o processo científico resulte em jogadores de qualidade equiparada aos países mais desenvolvidos.

“É preciso organizar melhor o processo de formação nos clubes e implantar centros e escolas por todas as províncias do país, para que os futuros desportistas tenham outro nível intelectual e possam interpretar melhor os aspectos inerentes aos fenómenos científicos da especialidade”, frisou.

A indicação do hispanobrasileiro Beto Bianchi, para treinador da Selecção Nacional, em que lhe atribui qualidades e competências, as possibilidades da equipa nos próximos compromissos internacionais, no caso as eliminatórias ao Campeonato Africano da Nações (CAN2019), nos Camarões, entre outras, também mereceram referências por parte do veterano guardião.

Albino António Carnaval iniciou a sua carreira na década de 1960, nos juniores da equipa da União da Catumbela, na província de Benguela, passou pelo Recreativo da Caála, no Huambo, em 1970, e Mambroa, actual Benfica do Huambo, em 1980.

Partilhou os campos e balneários com antigos colegas de posição, como Napoleão Brandão, Ângelo Silva, Capeló, entre outros, que também se destacaram na fundação da equipa do 1º de Agosto, actual campeão nacional (Girabola).

Depois de 12 internacionalizações pelos Palancas Negras, dos quais os celebres jogos Angola-Cuba, abandonou a carreira e trabalhou como funcionário sénior no Ministério da Juventude e Desportos.