A decisão vem expressa num comunicado oficial da Federação Angolana de Futebol (FAF), enviado hoje à Lusa, referindo serem recomendações do departamento médico do órgão, no âmbito do retorno à prática do futebol.
Para a retoma dos treinos coletivos, o departamento médico da FAF considera que se deverão realizar obrigatoriamente testes de despiste da COVID-19 aos jogadores e equipa técnica e submetidos também ao exame médico-desportivo.
Segundo a FAF, o atleta não pode começar a treinar até que todos tenham sido testados, caso contrário, observa, "corremos o risco de criar um novo foco de infeção", um controlo que deve ser realizado pelos departamentos médicos das equipas e supervisionado pelas autoridades sanitárias.
O sorteio do ‘Girabola’ 2020/21 foi remarcado para 29 de julho, as inscrições dos clubes, que tiveram início a 01 de julho, decorrem até 28 de agosto e entre 20 de julho e 23 de agosto é o período reservado para vistoria aos campos.
A FAF agendou para 20 de agosto a reunião de concertação com os clubes.
Com vista a conter a propagação da COVID-19, o departamento médico da FAF recomenda ao órgão regulador do futebol angolano a criação de um mecanismo para ter acesso a todos os resultados das análises das equipas, a serem apresentados antes do início de cada jogo.
O regresso de um jogador que tenha testado positivo à COVID-19 apenas acontecerá "após obtenção de dois testes negativos num período superior a 24 horas", sendo que os departamentos médicos dos clubes devem efetuar um "atestado de aptidão física dos jogadores".
Para o departamento médico da FAF, o regresso ao futebol é uma situação que é "condicionada pela evolução epidemiológica nacional e está sempre condicionada pelas ações a nível governamental".
"O futebol deverá obedecer sempre aos princípios claros de segurança, exemplo e responsabilidade. Acima de tudo está a saúde dos atletas e de todos os envolvidos", lê-se no comunicado.
Os clubes angolanos decidiram por unanimidade, em 30 de abril, anular o ‘Girabola’, interrompido em março devido a pandemia da COVID-19, para "salvaguardar a saúde e os gastos avultados com os atletas, cujos contratos expiravam em maio".
O campeonato angolano, então liderado pelo Petro de Luanda, com 54 pontos, mais três do que o 1.º de Agosto, tetracampeão em título e segundo colocado, foi suspenso em março, na sequência do decreto sobre o estado de emergência.
Para a época 2020/21, 16 equipas estão já confirmadas na prova, entre as quais o Interclube, treinado pelo português Ivo Campos.
Angola, que vive desde 26 de maio em situação de calamidade pública, conta com 506 casos confirmados de COVID-19, sendo 362 ativos, 118 recuperados e 26 mortos.
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