O treinador português Bernardino Pedroto quer alcançar no Interclube os sucessos que teve no ASA e no Petro de Luanda. Em entrevista ao jornal SOL, o atual treinador dos "polícias" fala da sua aventura em Angola.

Pedroto chegou a Angola em 2002 para orientar o Atlético Sport Aviação. Os primeiros tempos foram tão difíceis que o atua treinador do Interclube pensou em voltar para Portugal: «Passado uma semana, fui falar com o João Alves Andrade [Presidente do ASA] e disse-lhe: ‘Presidente, não sei se vou aguentar. Foram mudanças muito radicais’. Na resposta: ‘Pedroto, vieste para ficar seis meses mas, acredita, vais ficar muitos anos. Tem um pouco mais de paciência’».

A verdade é que com paciência e muito trabalho, Pedroto conseguiu levar o ASA a vencer três campeonatos seguidos em Angola. Algo fantástico para um clube que não tinha o orçamento dos "grandes" de Luanda.

Depois do ASA, o Petro. Pedroto venceu o Girabola por duas vezes em quatro anos. Mas depois, achou que estava na altura de sair; «É um clube com uma dimensão extraordinária dentro do futebol angolano, tem um patrocínio muito forte e precisa de um maior equilíbrio organizativo. Entendemos que havia necessidade de mudança, tanto para mim como para o clube, e tudo se passou de forma exemplar», conta Pedroto ao jornal SOL.

Com tantos títulos conquistados, o treinador regressou à Portugal para orientar um clube da 1ª divisão. Mas as suas expetativas saíram furadas. Pedroto que é da velha escola de treinadores, encontrou o futebol português "virado" para a nova vaga de técnicos, os saídos das universidades, enquanto que os treinadores formados no "campo" ficavam na prateleira.
Após a desilusão, o regresso a um futebol que bem conhece.

Pedroto "pegou" no Interclube e a formação da "polícia" começou a ganhar jogos, após um período menos bom com Álvaro Magalhães ao leme. O Inter abandonou o fundo da tabela, luta neste momento por um dos lugares cimeiros e nas afrotaças está na fase de grupos da Taça da Confederação Africana.

O treinador português explica que o seu sucesso deve-se a forma como se relaciona com as pessoas: «A vida tem de ser feita com humor».