O Atlético Petróleos de Luanda, uma das maiores agremiações desportivas de Angola, completa esta quinta-feira 36 anos de existência sob o signo da reestruturação técnica e administrativa e formação de novos jogadores, em face dos novos desafios que Angola enfrenta com particular realce para a economia.
O clube está a viver uma nova etapa devido à redução de verbas por parte do patrocinador principal, e tem vindo a perder os seus principais ativos, quer no andebol, futebol, basquetebol, e aposta em jogadores jovens formados no clube.
O denominado Plano de Desenvolvimento Desportivo Integrado (PDDI), que vai de 2015 a 2027, contempla melhorias nas atuais infraestruturas do clube, saneamento financeiro e administrativo, melhoria dos moldes na venda do merchandising, realização de troca de experiência com clubes de renome internacional e melhorar a forma de apresentação do clube nas empresas em que tem interesse.
O PDDI procura definir uma visão, missão, valores, objetivos estratégicos, linhas de orientação desportivas, construção de infraestruturas para o clube como Centro de treinamento desportivo, estádio e nova sede.
O elenco diretivo pretende com o PDDI que estejam reunidos os elementos essenciais que visam levar o clube a um sucesso de médio e longo prazo, com a definição clara das linhas de orientação que servirão para a sua afirmação a nível continental e não só.
As modalidades passaram a ser escalonadas, onde o futebol se encontra na primeira posição, vindo depois o basquetebol e em terceiro o andebol. Na quarta posição é colocado o atletismo, por ser uma modalidade cujos custos são baixos.
Pelas mesmas razões do atletismo foram colocadas a ginástica, hóquei em patins, andebol masculino, voleibol, vela e karaté.
A hierarquização das modalidades visa, entre vários aspetos, atender essencialmente a determinação das regras salariais, e de premiação, o perfil do treinador, as condições logísticas para a modalidade, o nível do rigor e investimento nas camadas de formação de cada modalidade.
Foi a 14 de janeiro de 1980 em que Hermínio Escôrcio, Couto Cabral, Telmo Guerreiro e um punhado de jogadores ligados ao então Clube Atlético de Luanda e do Benfica de Luanda fundaram o clube de Luanda.
Entre os ex-atletas, apesar de jovens na altura, Gabriel Vieira Dias, Osvaldo de Jesus Saturnino (Jesus), Dédé, Panzo, Carlos Queirós e tantos outros foram decisivos na criação do Clube que teve como percursor Hermínio Escôrcio.
O "tricolor" foi eleito como a bandeira desta agremiação desportiva. O amarelo, o azul e o vermelho são cores que distinguem o Petro de Luanda.
Clube eclético, o Petro desde sempre movimentou as modalidades: Futebol, Basquetebol, Andebol, Atletismo, Hoquei em Patins, Ginástica e karaté-dó. Com o evoluir do tempo, foram introduzidas outras disciplinas como o Voleibol e a Vela.
O Futebol sempre foi a bandeira do Clube. Iniciou-se na segunda divisão angolana, teve como primeiro treinador o búlgaro Vasco, posteriormente atendendo às aspirações da Direção, foi contratado o brasileiro António Clemente.
Nesse mesmo ano venceu o campeonato da segunda divisão e ascendeu ao escalão maior do futebol do País. Um ano depois, começou a sua marcha imparável que viria a destronar o "papão" de então, o 1º de Agosto.
Em 1982 vence o 1º campeonato Girabola. Seguiram-se conquistas que o guindaram ao topo do futebol nacional: em 1984, 1986, 1987, 1989, 1990, 1993, 1994, 1995, 1997, 2000, 2001, 2009 e 2010.
Em 2001 chega às meias-finais da liga dos campeões da CAF, naquela que foi das mais brilhantes prestações nas Afrotaças.
A equipa feminina de andebol é a mais titulada do país e do continente. Conta no seu palmarés com 21 títulos nacionais, oito taças de Angola e nove supertaças. A nível do continente conquistou 19 títulos da liga dos campeões, sete supertaças, 16 taças Babacar Fall.
A equipa masculina também já provou o sabor de sagrar-se campeã nacional por duas vezes em 1985 e 2014.
Além de formar, o clube do eixo-viário é dos que mais futebolistas colocou a jogar no estrangeiro como são os casos de Abel Campos, Saavedra, Lufemba, Jesus, Gilberto, Flavio, Avelino Lopes, Manucho Gonçalves, Ze Calanga, Bastos, Miguel.
No andebol, foram para além-fronteiras Belina Larissa, Marcelina Kiala e Ilda Bengue todas elas estiveram a representar a formação do Metz de França.
Ângelo Victoriano, Anibal Moreira, Joaquim Gomes "Kikas" são alguns dos nomes do basquetebol que se notabilizaram no estrangeiro idos do clube tricolor.
Atualmente sob liderança de Tomás Faria, o clube é o atual campeão angolano e africano de basquetebol sénior masculino e mantêm a sua aposta na formação nas mais distintas modalidades que movimenta, no sentido de voltar a ser o maior fornecedor de atletas nas seleções nacionais.
O clube já foi presidido por António Mangueira, Botelho de Vasconcelos, Silva Neto, Paulo Gouveia Júnior, Cardoso Pereira e Mateus de Brito, que faleceu a meio do seu mandato em 2014.
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