A justiça da China condenou hoje Liu Gang, antigo vice-presidente da Associação de Futebol da cidade de Chengdu, no centro do país, a oito anos de prisão por desvio de fundos e receber subornos.

A sentença, proferida pelo Tribunal Popular de Tongcheng, na província de Hubei (centro), inclui ainda uma multa de 700 mil yuan (91.725 euros).

A decisão divide as penas em sete anos de prisão e uma multa de 400 mil yuan por desvio de fundos; dois anos de prisão e 200 mil yuan por suborno; e um ano de prisão com uma multa de 100 mil yuan por suborno de empresas, de acordo com o comunicado emitido hoje pelo tribunal.

Os ativos obtidos ilegalmente vão ser recuperados. Os relacionados com o desvio de fundos serão devolvidos às entidades em causa, enquanto os relacionados com o suborno serão transferidos para os cofres do Estado chinês.

Esta condenação é a mais recente de uma série de sentenças anunciadas no âmbito de uma campanha contra a corrupção no futebol chinês, que teve como principais alvos o antigo treinador da seleção nacional e lenda do futebol chinês Li Tie, bem como Liu Jun, o antigo presidente da Superliga (CSL, na sigla em inglês), a prova máxima do futebol na China.

A série de condenações anunciadas esta semana levou a imprensa local a prever que a sentença de Li Tie deverá anunciada nos próximos dias.

Na quarta-feira, a justiça chinesa condenou o antigo secretário-geral da Associação Chinesa de Futebol (CFA, na sigla em inglês), Liu Yi, a 11 anos de prisão e a uma multa de 3,6 milhões de yuan (472 mil euros) por “aceitar subornos”, e condenou o antigo chefe do Departamento de Gestão de Árbitros, Tan Hai, a seis anos e meio de prisão e a uma multa de 200 mil yuan (26 mil euros) pelo mesmo crime.

No final de agosto, vários dirigentes do futebol chinês foram condenados por corrupção, incluindo outro antigo presidente da CSL, Ma Chenquan, com uma pena de dez anos de prisão, e o antigo vice-presidente da CFA, Li Yuyi, condenado a 11 anos de prisão por aceitar subornos.

Outros dirigentes, como Huang Song e Gu Jimiang, também foram condenados a penas de sete e seis anos, respetivamente, por crimes semelhantes.

Nos últimos tempos, o CFA prometeu “mais abertura e transparência” face aos vários casos de corrupção nas suas fileiras.

Após ascender ao poder, em 2012, o atual secretário-geral do Partido Comunista da China e presidente do país, Xi Jinping, iniciou uma campanha anticorrupção, no âmbito da qual centenas de altos funcionários chineses foram condenados por aceitarem subornos no valor de milhões de yuan.