Representantes de partidos espanhóis de direita manifestaram-se hoje contra a proposta do Governo socialista se candidatar à organização do Mundial2030 de futebol juntamente com Portugal e Marrocos.
Num debate no quadro da campanha para as eleições gerais de domingo, organizado pela Federação de Empresários de Instalações Desportivas, em Madrid, o candidato do PP (Partido Popular, direita) ao Senado Vicente Azpitarte interrogou-se sobre a “necessidade” que a Espanha tem de organizar o Mundial com Portugal e Marrocos.
Citado também pela agência espanhola EFE, o deputado do Cidadãos (direita-liberal) à assembleia de Madrid Roberto Núñez apoiou esta reflexão: “Não entendemos a organização de um Mundial com outros países. A Espanha tem capacidade de sobra, é um país que já organizou um Mundial, e não entendemos essa proposta”, disse.
Por seu lado, o assessor do Unidas Podemos (extrema-esquerda) Óscar Peñas declarou que não é para ele “claro” que “a prioridade seja a organização de um Mundial ou uns Jogos Olímpicos neste momento”.
Na Cimeira Ibérica de 21 de novembro de 2018, em Valladolid, Portugal e Espanha chegaram a acordo para dar o seu apoio “político” à organização em conjunto com Marrocos de uma candidatura dos três países à organização do Mundial2030.
A última grande competição internacional de futebol organizada pela Espanha foi o Mundial de 1982, enquanto Portugal teve a seu cargo o Europeu de 2004.
Marrocos candidatou-se ao Mundial de 2026, cuja organização foi atribuída a Canadá, Estados Unidos e México, e na sua proposta destacava o facto de o país estar no cruzamento do oriente com o ocidente e onde a Europa se encontra com África.
Uma eventual candidatura dos países ibéricos com Marrocos iria juntar-se à proposta conjunta apresentada por Argentina, Paraguai e Uruguai, em julho de 2017.
O único Mundial de futebol organizado por mais de um país foi o de 2002, na Coreia do Sul e no Japão, e o segundo será o de 2026, mas em nenhum dos casos envolveu nações de duas confederações.
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