A FIFA adiantou hoje que a realização dos mundiais de futebol de dois em dois anos pode-se traduzir num aumento anual de 4,4 mil milhões de dólares (cerca de 3,9 milhões de euros) em receitas, segundo um estudo.
De acordo com a empresa de análise de dados Nielsen, as receitas com bilheteira, patrocínios e direitos de transmissão televisiva podem subir dos sete mil milhões de dólares (6,2 mil milhões de euros) para os 11,4 mil milhões (10,1) com os intervalos de dois anos entre os campeonatos do mundo de futebol, caso estes passem a ter 48 seleções.
A maior frequência das fases finais do torneio de seleções pode ainda gerar um impacto de 180 mil milhões de dólares (cerca de 159 mil milhões de euros) na economia global, num horizonte de 16 anos, verificando-se um aumento de 80 milhões (71) face à situação atual, refere um outro estudo, da plataforma Open Economics.
Esse documento diz ainda que o encurtamento dos intervalos entre mundiais pode aumentar o número de empregos permanentes associados de um para dois milhões e rejeita a tendência de rivalidade entre os mundiais de futebol e as ligas nacionais.
Segundo a plataforma, os proveitos gerados pelas “cinco principais ligas europeias” – Inglaterra, Alemanha, Espanha, Itália e França – e pela Liga dos Campeões têm “crescido de ano para ano”, independentemente de se disputarem ou não as fases finais dos torneios de seleções.
“Os trajetos históricos não mostram correlação negativa entre as receitas geradas pelas ligas de clubes e pelos torneios de seleções. Na última década, o crescimento das receitas nas cinco principais ligas europeias foi mais elevado em anos com fases finais dos torneios de seleções (42%) do que em anos sem elas (26%)”, lê-se.
A partir das estimativas, a FIFA avançou que o eventual acréscimo das receitas pode ser distribuído pelo fundo de solidariedade dos países membros, disponibilizando ainda um fundo de 3,5 mil milhões (cerca de 3,1 mil milhões de euros) para projetos de desenvolvimento no futebol num horizonte de quatro anos.
O organismo sugeriu ainda que cada membro pode receber 16 milhões de dólares (cerca de 14,2 milhões de euros) em quatro anos, para além do programa de investimento já existente, cujo valor a distribuir por membro pode subir de seis para nove milhões.
Para a FIFA, essa crescente distribuição de fundos pode “diminuir o ‘fosso’ entre as receitas dos países mais e menos desenvolvidos”.
Caso se verifique uma “improvável” perda de receitas num país associado na sequência das alterações ao calendário competitivo internacional, a entidade diz que o fundo de solidariedade tem “recursos mais do que suficientes” para compensar esse prejuízo.
Comentários