O treinador português Jorge Jesus disse hoje que aceitou o convite para treinar o Fenerbahçe pela vontade que os adeptos e o presidente tiveram em contar consigo, revelando ter tido abordagens de outros clubes.
“O facto de ter aceitado tem a ver com a convicção do presidente, dos fãs, em como invadiram a minha rede social, dos meus assistentes e do meu filho, fez-me pensar que queria estar num clube em que me queriam muito”, justificou hoje o treinador na conferência de imprensa de apresentação.
Jesus garantiu que não foram as condições financeiras que o fizeram aceitar o convite do clube turco, revelando, sem dizer nomes, que tinha outros clubes interessados, e que foi a paixão demonstrada que pesou.
“Aceitei o projeto de um grande clube, com adeptos apaixonados, que sabem amar o grande clube que é o Fenerbahçe, estou cá com toda a minha paixão, a minha forma de estar tem a ver com os adeptos do Fenerbahçe”, justificou.
Jesus disse ainda que espera “não defraudar” as expectativas que têm no seu trabalho, no qual está confiante, perante as condições que existem no clube, perspetivando que o grande objetivo é a conquista do campeonato.
“Queremos ser os melhores e queremos vencer o campeonato”, acrescentou o técnico, de 67 anos, com a noção de ser um título que escapa há oito épocas ao emblema de Istambul, depois da última conquista em 2013/14.
Numa conferência que foi sendo intercalada com aplausos da assistência, o treinador explicou também a razão pela qual só assinou por uma época.
“Não é novidade fazer contrato de um ano. Em todos os clubes fora de Portugal sempre foi assim, por um ano. (…) Assino por um ano, se as coisas correrem bem, ficamos contentes e podemos renovar”, considerou.
Numa longa conferência, de hora e meia, repartida entre o presidente do clube e o treinador, Jesus insistiu, mais do que uma vez, que o objetivo é a Liga turca, e que o facto de um treinador estrangeiro a não vencer há 15 anos até o motiva.
“É mais um motivo para me inspirar e quebrar essa regra”, assinalou o técnico, que vai também disputar com a equipa turca o acesso à fase de grupos da Liga dos Campeões.
O técnico falou ainda de jogadores, deixando elogios ao defesa sul-coreano Kim Min-jae ou às potencialidades do jovem Arda Guler, num plantel que quer equilibrar com mais quatro ou cinco reforços.
“Vamos tentar contratar os jogadores que achamos que podem melhorar a qualidade, não viemos fazer uma revolução, mas um equilíbrio, com quatro ou cinco jogadores”, referiu o técnico.
Já em relação ao internacional alemão Mesut Ozil, em litígio com o clube e que não joga desde março, apesar de sustentar que quer acabar a carreira na formação de Istambul, Jesus deu a entender que não faz parte dos seus planos.
“O Ozil é conhecido em todo o mundo, teve o seu tempo e o seu espaço. Tem uma história bonita na Turquia, mas nas minhas ideias para a equipa e para o clube, vou seguir aquilo que foi o final da época do Ozil. O mais importante não é o treinador, não é o jogador, não é nenhum jogador, é o clube. É a partir daí que monto ideias com os jogadores que querem trabalhar comigo”, justificou.
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