O presidente da Federação de Futebol do Tajiquistão (FFT), um dos poucos países no mundo cujo campeonato continua a decorrer, afirmou hoje que "o futebol vai ajudar o mundo a recuperar a normalidade" face à pandemia de covid-19.

Apesar da crise mundial de saúde pública provocada pelo novo coronavírus, o Tajiquistão manteve as competições de futebol no país em atividade, tendo já sido disputada a Supertaça e as duas primeiras jornadas da liga, embora sem público nas bancadas dos estádios.

"Temos seguido as indicações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e das nossas autoridades de saúde. Uma vez que não há restrições, decidimos realizar os nossos jogos", observou Rustam Emomalí, em entrevista à agência de notícias EFE.

O Tajiquistão, que não tem ainda qualquer caso positivo de infeção com o novo coronavírus, é um dos cinco países no mundo nos quais o futebol continua a decorrer, juntamente com Bielorrússia, Nicarágua, Burundi e Taiwan, sendo que, este fim de semana, uma terceira nação asiática, o Turquemenistão, também vai retomar o campeonato.

Para Rustam Emomalí, "o desporto, e o futebol em particular, estão a ter um papel vital para ajudar o mundo a restabelecer-se da pandemia de covid-19 e a reparar corações e mentes".

"Assim que os governos e federações de futebol considerarem que os efeitos da epidemia nos seus países são controláveis, o desporto vai ser uma das ferramentas mais importantes que teremos à disposição para ajudar as pessoas a recuperarem a normalidade", referiu.

O presidente da FFT, um dos fundadores do Istiklol Dushanbe, vencedor dos últimos seis campeonatos do Tajiquistão, salientou que as partidas à porta fechada no país são "uma medida preventiva, para garantir a segurança de jogadores e todos os envolvidos", e que será igualmente adotada pelos principais campeonatos da Europa.

"Acredito que as grandes ligas europeias também vão retomar os seus jogos à porta fechada, assim que a situação nos seus países o permita", sublinhou o dirigente desportivo e político, que é filho do presidente do Tajiquistão, Emomalí Rakhmov.

A nível global, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 145 mil mortos e infetou mais de 2,1 milhões de pessoas em 193 países e territórios. Mais de 465 mil doentes foram considerados curados.

Em Portugal, morreram 657 pessoas das 19.022 registadas como infetadas.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa quatro mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando setores inteiros da economia mundial.

Face a uma diminuição de novos doentes em cuidados intensivos e de contágios, alguns países começaram a desenvolver planos de redução do confinamento e em alguns casos, como Dinamarca, Áustria ou Espanha, a aliviar algumas das medidas.