A Liga Portuguesa de Futebol Profissional reagiu à decisão desta quinta-feira do Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE) sobre a participação de clubes e futebolistas em competições privadas, tal como a Superliga, destacando a importância das provas nacionais.

"As Ligas defendem um modelo de competição aberta, em que a qualificação para as competições europeias de clubes é definida pelo desempenho anual nas provas nacionais. As competições domésticas representam a essência da paixão dos adeptos de futebol, graças ao seu formato único que permite que as suas equipas compitam internamente nos fins de semana - um formato que deve ser salvaguardado", sublinhou em comunicado a entidade liderada por Pedro Proença.

A reação da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) acontece depois de o TJUE, o mais alto órgão administrativo da União Europeia, ter considerado que a UEFA e a FIFA abusaram da sua "posição dominante" na sua ação contra a criação da controversa Superliga de futebol.

Segundo a Liga de clubes, "é inegável o contributo incalculável dessas competições nas comunidades locais dos clubes, muitas vezes manifestado por meio de ações e campanhas de solidariedade", pelo que "a evolução do futebol profissional depende de um equilíbrio complementar entre as ligas domésticas e as competições de clubes internacionais".

"Comprometemo-nos a trabalhar com todos os stakeholders por forma a ajudar o futebol profissional de clubes a nível europeu, fazendo com que este se torne mais forte do que nunca", rematou.

Real Madrid e FC Barcelona são os resistentes entre os 15 fundadores do projeto original – apesar de só terem sido revelados 12 -, que preconizava uma competição com 20 clubes, que foi contestada por diversos quadrantes, desde as estruturas da modalidade até aos governos nacionais, passando pelos próprios adeptos.

Em outubro de 2022, foi criada a empresa A22, promotora do projeto, que readaptou o plano inicial, em fevereiro de 2023, sob novos princípios e um modelo com 60 a 80 clubes, que fosse aberto, sem membros permanentes e alicerçado no mérito desportivo.

Já hoje, a empresa promotora da Superliga propôs “uma nova competição europeia aberta”, com “64 clubes divididos em três ligas” de futebol nos masculinos e 32 clubes repartidos por duas ligas” em femininos.

“A nova proposta de competição é o resultado de um extenso diálogo durante os últimos 18 meses, com muitas pessoas do mundo do futebol envolvidas”, assinalou Bernd Reichart, diretor executivo da A22.