12 de janeiro de 2009. Cristiano Ronaldo, na altura ao serviço do Manchester United, era eleito melhor jogador do Mundo de 2008 pela FIFA, em Zurique, na Suíça. Depois de ter vencido a ‘Bola de Ouro’ da revista France Football dois meses antes, o internacional francês iniciava o ano civil da melhor forma, tornando-se no segundo português a arrebatar o troféu, depois de Luís Figo, em 2001.

Um prémio que seria o primeiro de muitos e que veio coroar um ano repleto de conquistas por parte do avançado dos 'red devils', nomeadamente o Mundial de Clubes, Liga dos Campeões e Premier League’. A título individual, Ronaldo fora eleito o melhor jogador da Champions (também o melhor avançado) bem como do campeonato inglês, duas competições em que foi igualmente o melhor marcador.

Com os 31 golos apontados na edição 2007/2008 da Premier League, Cristiano Ronaldo conquistou ainda a Bota de Ouro, reservada ao melhor maior goleador dos campeonatos europeus, num ano em que só lhe faltou brilhar pela seleção portuguesa (eliminação nos quartos de final do Europeu, face à Alemanha).

Até àquele momento, apenas outro Ronaldo, o 'Fenómeno', tinha arrebatado, no mesmo ano (1997), Bota de Ouro, Bola de Ouro e o troféu da FIFA. CR7 passou a ser o segundo. Na votação, ficaram para trás jogadores como Lionel Messi (segundo mais votado) e Fernando Torres (terceiro). Era o começo de uma bela amizade (que é como quem diz, de uma intensa rivalidade) com o argentino do Barcelona que dura até hoje e que já ‘rendeu’ cinco troféus de melhor do mundo a cada um.

“Mãe, irmãos, podem largar os fogos!", começou por dizer Ronaldo no seu discurso de agradecimento, após receber o prémio das mãos de Pelé. E a verdade é que, mal foi anunciado o vencedor, rebentaram foguetes na Madeira, dando início a uma festa que, pegando nas palavras de Dolores Aveiro, mãe do avançado, era para continuar "pela noite dentro". Afinal, não é todos os dias que se é considerado o melhor do mundo.

Ronaldo recebeu prémio de melhor do Mundo das mãos de Pelé
Ronaldo recebeu prémio de melhor do Mundo das mãos de Pelé Ronaldo recebeu prémio de melhor do Mundo das mãos de Pelé créditos: AFP

“É um dos dias mais felizes da minha vida. Um momento único. Espero voltar cá outras vezes", manifestou ainda o internacional português, que somou um total de 935 pontos, seguido pelo argentino do Barcelona, com 678, e do avançado espanhol, na altura ao serviço do Liverpool, com 203. E a verdade é que voltou. Mais do que uma vez.

Depois do triunfo em 2008, Ronaldo voltaria a ser eleito o melhor do Mundo em 2013, 2015, 2016 e 2017, todas ao serviço do Real Madrid, clube que reforçou no verão de 2009. No que toca a Bolas de Ouro, o português também já é ‘penta’: venceu o galardão da ‘France Football’ em 2008, 2013, 2014, 2016 e 2017. Neste momento está em pé de igualdade com Messi.

“Desde os 14 ou 15 anos sabia que era especial, diferente dos outros rapazes porque fazia coisas diferentes. Quando estava no Manchester United, onde comecei a jogar com jogadores incríveis como Robbie Keane, Ferdinand ou Van Nistelrooy, dei conta do talento que tinha e de que poderia ganhar a Bola de Ouro”, disse o avançado em entrevista à publicação francesa.

Entre troféus individuais e colectivos, Ronaldo simplesmente não parou nos últimos dez anos, somando recordes atrás de recordes, tanto em Espanha, como nas competições europeias. O ano de 2017 foi exemplo disso mesmo e pode ser recordado aqui.

Ronaldo exibe o troféu da FIFA de 2008
Ronaldo exibe o troféu da FIFA de 2008 Ronaldo exibe o troféu da FIFA de 2008 créditos: AFP

Há dez anos a rivalizar com Messi

Foi precisamente em 2008 que o futebol viu nascer a maior rivalidade entre dois dos seus jogadores. Há já uma década que Cristiano Ronaldo e Lionel Messi dominam o futebol mundial, repartindo de igual forma os 10 prémios de melhor do ano desde esse ano. Kaká, então no AC Milan, foi o último a arrebatar o troféu da FIFA, em 2007. A partir daí, e depois do 'bronze' nesse ano, o português foi sempre primeiro ou segundo.

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O registo de Lionel Messi é ainda mais impressionante, já que o camisola ‘10’ do Barcelona e da seleção argentina somou no ano passado a 11.ª presença consecutiva no ‘top 2’. Ou seja, desde os 20 anos que ou é primeiro ou segundo classificado do agora intitulado ‘The Best’.

De resto, o prémio foi sempre parar às mãos do português ou do argentino e só por duas vezes as suas vitórias foram apertadas, no triunfo de Messi em 2010 e no de Ronaldo em 2013.

Depois de ter conquistado a quinta Bola de Ouro, o próprio internacional português admitiu que nunca esperava apanhar Messi, mas garante que é “o melhor jogador na história, nos bons e nos maus momentos”. “Respeito as preferências de todas as pessoas, mas não vejo ninguém melhor do que eu”, confessou o jogador do Real Madrid à France Football.

O hat-trick que ainda faz sonhar o Manchester United

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A título de curiosidade, também a 12 de janeiro, mas de 2008, Ronaldo atingia um dos (muitos) momentos altos da passagem pelo Manchester United. Faz esta sexta-feira precisamente dez anos que o internacional português apontou o primeiro e único hat-trick ao serviço dos ‘red devils’, na goleada por 6-0 ao Newcastle.

Era o início de um ano inesquecível, o mesmo que lhe valeria o tal primeiro troféu da FIFA e a primeira Bola de Ouro. A equipa de Manchester não esqueceu o feito e fez questão de partilhá-lo nas redes sociais.

Dois anos mais tarde, já depois de ter deixado Old Trafford, Ronaldo voltaria a estar ligado ao 'colosso' inglês por altura da conquista do primeiro Prémio Puskas da história. O galardão, uma ideia de Joseph Blatter para distinguir o melhor golo do ano, recordava a 'bomba' do avançado contra o FC Porto, nos quartos de final da Liga dos Campeões. Quando o recebeu, já se encontrava no Real Madrid. Com toda uma carreira pela frente.