Euro2004. Portugal. A Inglaterra era uma das favoritas a vencer a prova, organizada pela primeira vez em solo lusitano. Na frente de ataque havia Michael Owen, avançado com créditos firmados, apesar de ainda jovem, e um miúdo que começava a fazer estragos na Premier League: Wayne Rooney.

Um jovem que rapidamente tornou-se num problema para Michael Owen, como o próprio conta no seu livro autobiográfico ('Reboot - My Life, My Time'), cujos trechos estão a ser divulgados pelo jornal 'Mirror'. O antigo jogador do Liverpool e do Real Madrid começou a ter problemas de autoconfiança na Seleção inglesa, nesse Euro2004, de má memória para os ingleses.

"Em retrospetiva, foi o mais próximo de uma crise pessoal que alguma vez estive na minha carreira. Não era inveja que sentia. Talvez só a primeira perceção de que uma mudança de guarda estava em decurso. Para mim, que tinha vinte e poucos anos, foi o sentir de uma mudança muito prematura. Portugal foi onde um jovem Wayne Rooney colocou a cabeça sobre o parapeito em grande. Fui titular no último jogo da fase de grupos, contra a Croácia, em Lisboa. Ganhámos 4-2 e o Wayne marcou mais dois. Mais uma vez, não consegui marcar, mas assisti. Não estava a conseguir colocar a bola no fundo das redes", começou por explicar.

"Depois do jogo com a Croácia, senti pela primeira vez que tinha perdido a minha razão de ser. Sentia-me muito mal comigo mesmo. Estava habituado a sair do autocarro e ouvir os adeptos gritarem o meu nome. Sentia-me confiante e responsável. Agora, sempre que saía do autocarro, só ouvia 'Rooney, Rooney!", recorda Owen, na sua autobiografia.